Dívida Pública Federal do Governo Lula atinge R$ 7,3 Trilhões em 2024, Impulsionada Pela Selic

A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil atingiu a marca de R$ 7,316 trilhões em 2024, um aumento de 12,2% em comparação com os R$ 6,52 trilhões registrados no ano anterior. O crescimento foi influenciado pelo elevado nível da Taxa Selic, que permanece em 12,25% ao ano, pressionando os custos do endividamento do governo. Os números, divulgados pelo Tesouro Nacional no início de fevereiro, mostram que, apesar da alta, a DPF segue dentro da faixa estimada pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que previu um valor entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

Em dezembro de 2024, a DPF apresentou uma alta de 1,55% em relação a novembro, quando o montante era de R$ 7,204 trilhões. A principal responsável pelo aumento da dívida foi a apropriação de R$ 673,875 bilhões em juros, decorrente da correção dos títulos da dívida pública atrelados à Selic. Em 2024, o Tesouro emitiu R$ 1,457 trilhão em títulos, o que representou um aumento de 6,73% em comparação ao ano anterior.

A dívida interna, composta principalmente pela Dívida Pública Mobiliária (DPMFi), subiu 11,13%, passando de R$ 6,269 trilhões para R$ 6,967 trilhões. Esse aumento reflete o aumento na demanda por títulos públicos vinculados à Selic, que passaram a representar 46,29% do estoque da dívida, em comparação com 39,66% em 2023. Em contrapartida, os títulos prefixados, com rendimento fixo, sofreram queda, representando 21,99% da dívida, contra 26,53% em 2023.

A Dívida Pública Externa (DPFe), por sua vez, registrou um crescimento expressivo de 38,87%, subindo de R$ 251,46 bilhões para R$ 349,19 bilhões, impulsionada pela valorização do dólar, que subiu 27,3% em 2024. Esse movimento foi reflexo de diversos fatores, incluindo as incertezas globais e o atraso na queda dos juros nos Estados Unidos.

A reserva financeira destinada à proteção contra flutuações nos vencimentos da dívida, o “colchão da dívida”, também sofreu queda, passando de R$ 982,37 bilhões para R$ 860,15 bilhões. Esse valor cobre agora 6,24 meses de vencimentos, o menor nível desde 2016. O governo terá que lidar com o vencimento de cerca de R$ 1,25 trilhão nos próximos 12 meses.

Os investidores estrangeiros também aumentaram sua participação na dívida pública interna, passando de 9,5% em 2023 para 10,2% em 2024, apesar das turbulências econômicas globais. Atualmente, as instituições financeiras, fundos de pensão e fundos de investimento continuam sendo os principais detentores da DPF.

Gazeta Brasil

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