Menos nobre, mais eficiente: cientistas substituem prata por cobre em painéis solares

Como resultado, eles obtiveram o painel solar mais eficiente do mundo

Há dois dias, o CanalTech noticiara mais uma inovação tecnológica resultado dos esforços de uma startup. Desta vez a novidade veio da Austrália, e a empresa responsável é a startup SunDrive. Os pesquisadores visionários idealizaram e trouxeram à existência o que eles alegam ser a “célula de energia solar mais eficiente do mundo“. O projeto consiste na substituição da prata por cobre na fabricação do material.

A troca da matéria-prima resultou numa eficiência energética de 25,54%, superando o resultado máximo anteriormente obtido de 25,26%. Os projetistas afirmam que, apesar de parecer insignificante, os resultados são promissores quando considerados em sua abrangência. As startups representam, objetivamente, uma nova era de inovação: basta consultar, na grande mídia mesmo, a quantidade de projetos tecnológicos que esse setor apresenta quase que semanalmente.

Sabe-se que a prata é um componente fundamental para a fabricação de painéis solares convencionais. Basta observar que a produção de células fotovoltaicas representa 15% da totalidade do consumo industrial do metal argentum ao redor do mundo. Contudo, para além de ser mais barato do que a prata, o cobre é mais abundante na natureza e demanda uma quantidade menor de energia para ser processado.

“O limite de eficiência realista de uma célula solar de silício de tamanho comercial é de cerca de 27%. Isso indica que a tecnologia está se aproximando de seu limite de eficiência, razão pela qual usar o cobre pode ser extremamente benéfico para a adoção generalizada de um sistema muito mais barato e eficaz”.

Vince Allen, Co-fundador da SunDrive

Mercado

Há uma década, as células solares fabricadas nos moldes padrão do mercado apresentavam uma taxa de eficiência variavelmente entre 14% e 16%. Esses percentuais baixos tornavam o uso do sistema irrelevante comparativamente a outras fontes de energia. No entanto, com a substituição da prata pelo cobre, os engenheiros da startup australiana esperam alinhar dois fatores essenciais para a utilização dessa tecnologia em escala industrial: reduzir o preço dos painéis solares e aumentar a eficiência energética de cada célula fotovoltaica projetada para a captação e armazenamento de eletricidade.

“Penso que, mais significativo do que alcançar o recorde mundial, é que conseguimos fazer isso sem prata. Se você olhar para as células solares comerciais de hoje e as que foram usadas no passado, há uma forte correlação entre eficiência e consumo de prata. Nós efetivamente quebramos essa tendência usando o cobre”.

Vince Allen

Realidade

Contudo, os executivos da SunDrive dizem que, até que a empresa passe a produzir os tais painéis solares em escala comercial sem a utilização da prata, levará um tempo indeterminado. Mas, apesar de a empresa ainda não ter o domínio efetivo dos meios necessários para o incremento das novas células fotovoltaicas em sistemas prontos para a instalação, aquele recorde de eficiência de 25,54% representa uma mudança considerável para a indústria de energia solar.

“Seguindo nosso cronograma, estamos planejando ter um módulo que possa ser instalado no telhado de uma casa ou em uma fazenda solar no final de 2021. Também estamos focados na construção de nossa linha de produção piloto até o final do próximo ano, com painéis prontos para serem comercializados até o primeiro semestre de 2023”.

 Vince Allen

Com informações do CanalTech.

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