SP: ‘Podemos estar no início da 3ª onda’, diz secretário municipal da saúde

Duas semanas depois da implementação da fase de transição, o Estado apresentou alta de 2,5% no número de casos de Covid-19

O estado de São Paulo apresentou alta de 2,5% no número de casos de Covid-19 na semana encerrada no último sábado. As internações tiveram queda de apenas 0,2% e os óbitos reduziram em 1,3%. A mudança de tendência acontece duas semanas depois da implementação da fase de transição em São Paulo.

O coordenador do Centro de Contingência da Covid, Paulo Menezes, afirmou que a situação ainda requer um exame “mais profundo”. “Neste momento, a situação é de estabilidade na queda que vínhamos observando nos indicados de internação e casos. De uma semana para outra houve uma estabilidade e essa semana é decisiva para saber se vamos continuar com essa redução”, disse.

Para o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, a capital paulista pode estar na terceira onda de Covid-19, após alta nos números. Ele informou que a prefeitura decidiu comprar usinas de oxigênio para evitar possível colapso na saúde.

“Podemos estar no início do acontecimento de uma terceira onda. Por isso estamos comprando usinas de oxigênio, permitindo as organizações sociais a importarem os kits intubação, para caso tenhamos um recrudescimento da doença na cidade nós estejamos preparados para poder enfrentar este momento”, disse o secretário em entrevista à GloboNews.

O secretário ressalta que mesmo com registro de estabilidade na últimas semanas, os índices de casos, internações e mortes por conta da covid-19 ainda estão muito elevados.

“Estamos hoje com 80% da taxa de ocupação de UTI. Mais de 60% da taxa de ocupação dos leitos de enfermaria. Temos feito um processo de abertura de leitos toda semana, mas mantendo um patamar alto. Como houve um processo de flexibilização de algumas atividades, a circulação voltou a aumentar e isso vai ter impacto”, afirmou.

Gestão estadual se diz otimista
O temor da gestão municipal da capital paulista destoa do otimismo da gestão estadual.

Apesar de índices compatíveis com fase vermelha, o governador de São Paulo, João Doria 9PSDB) disse na quarta-feira (5) que está “otimista” e considera diminuir restrições nesta sexta-feira (7).

O estado de São Paulo está, desde meados de abril, na chamada “fase de transição” do Plano São Paulo.

Apesar de criado para representar uma etapa intermediária entre a fase vermelha e a laranja, o período transitório permite a abertura dos mesmos setores liberados nessas duas fases, e com horários ainda mais extensos.

De acordo com Edson Aparecido, é preciso que haja colaboração maior da população, como no ano passado, quando houve uma maior taxa de isolamento e redução de aglomeração significativa.

“Por conta do cansaço e das necessidades econômicas, toda vez que há uma flexibilização, há mais circulação e o procedimento volta. É importante que a população se conscientize. A pandemia não passou”, defendeu.

Diário do Poder

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