As principais associações agrícolas da Argentina realizam nesta quarta-feira (13), uma greve de 24 horas contra o governo, enquanto paralisa a venda de grãos e gado no país.
Muitos dos grandes e poderosos sindicatos do interior argentino criticaram as políticas do governo de Alberto Fernández, os impostos e a escassez de combustível durante a safra. À medida que os manifestantes se reúnem nas ruas, muitos pressionam por cortes de impostos, fornecimento de combustível para voltar ao normal após a escassez de combustível e melhores políticas para impulsionar o setor agrícola.
Os protestos ocorreram em todo o país, desde Mendoza, Santa Fé, Formosa, Corrientes, Córdoba e a capital nacional de Buenos Aires, entre outros lugares, com o compromisso do grupo industrial Mesa de Enlace de não bloquear estradas.
Os líderes do protesto também criticaram a escassez, os altos preços dos fertilizantes e a taxa de câmbio atual, insistindo que isso atingiu duramente o setor agrícola.
O chefe de gabinete argentino, Juan Manzur, pediu nesta quarta-feira um “diálogo” para encontrar uma solução, insistindo que o governo não concorda com a greve. “Com muito respeito e humildade, não concordamos com esta greve. Não leva a nada. Tivemos sérias dificuldades com o abastecimento de diesel, há uma situação muito complexa em matéria de energia em todo o mundo, e felizmente foi resolvida, “, disse Manzur à imprensa local.
A Argentina é um dos principais exportadores de soja do mundo e, após a guerra entre Rússia e Ucrânia, o país sul-americano se beneficiou da alta dos preços dos cereais e oleaginosas, enquanto o custo dos combustíveis e fertilizantes aumentou, desde A Argentina importa 60% de seus fertilizantes, 15% da Rússia.
Mas os grãos continuam sendo transportados e embarcados de Rosário, um dos maiores portos de exportação do mundo. Antes da greve, Jorge Chemes, chefe das Confederações Rurais Argentinas, disse que os produtores estão sendo pressionados por “pressão fiscal” e “falta de política” do governo que, segundo ele, causou “desconfiança”. Nas últimas semanas, os caminhoneiros protestaram contra o que dizem ser o aumento dos preços dos combustíveis.
Gazeta Brasil