As projeções inflacionárias continuam em alta mesmo após o Banco Central encerrar, temporariamente, o ciclo de cortes da Selic. De acordo com o Boletim Focus, relatório semanal do BC que reúne as expectativas de economistas para os indicadores econômicos do Brasil, as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão em ascensão, gerando preocupações no mercado financeiro.
Para este ano, a previsão da inflação subiu de 3,96% para 3,98%, movimento semelhante ao observado nas últimas semanas. Para 2025, a expectativa também foi revisada para cima, passando de 3,80% para 3,85%.
Essas projeções refletem a inquietação do mercado com a persistência da pressão inflacionária, mesmo após o Banco Central optar por manter os juros elevados.
Para 2026, a expectativa de inflação permaneceu estável em 3,60%, mantendo o mesmo patamar das semanas anteriores. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3% para 2024 e 2025, com uma margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Quanto à taxa Selic, a mediana das expectativas para o fim de 2024 se manteve em 10,50%, após um aumento na semana anterior. Os analistas seguem apostando que o Banco Central manterá essa taxa na próxima reunião do Copom. Se essa projeção se confirmar, o ciclo de aperto monetário encerrará no mesmo patamar indicado pelo Boletim Focus.
As expectativas para 2025 também foram revisadas, ficando em 9,50% para a Selic, enquanto para 2026 permaneceram em 9%, alinhadas com as semanas anteriores.
A projeção para o dólar também apresentou aumento. Para o final de 2024, a expectativa subiu de R$ 5,13 para R$ 5,15, seguindo a tendência da semana anterior. Para 2025, a previsão foi de R$ 5,10 para R$ 5,15, enquanto para 2026 passou de R$ 5,12 para R$ 5,15, mantendo a trajetória ascendente.
Além disso, o Boletim Focus indicou um leve aumento na projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, de 2,08% para 2,09%. As expectativas para 2025 permaneceram em cerca de 2%, refletindo o cenário das últimas semanas, assim como para 2026, onde a expectativa também é de um crescimento de 2%.
Gazeta Brasil