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As contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 6,5 bilhões em setembro, o pior resultado para o mês desde 2022, quando o saldo negativo foi de US$ 6,6 bilhões. O Banco Central (BC) divulgou os dados nesta terça-feira, 294.
As informações estão no relatório de estatística do setor externo da autoridade monetária, que calcula mensalmente as transações correntes do país, considerando o saldo da balança comercial, que envolve exportações e importações, e os serviços adquiridos por brasileiros no exterior, como remessas de juros, lucros e dividendos para outros países.
No mesmo período do ano passado, em setembro de 2023, o Brasil registrou um saldo positivo de US$ 268 milhões nas transações correntes.
Segundo o Banco Central, a balança comercial teve um superávit de US$ 4,8 bilhões em setembro de 2024, embora esse resultado tenha sido inferior ao saldo positivo de US$ 8,5 bilhões registrado no mesmo mês de 2023.
As exportações de bens atingiram US$ 29,0 bilhões, representando uma alta de 0,3% em relação a setembro de 2023.
Em contrapartida, as importações totalizaram US$ 24,2 bilhões, com um aumento de 18,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
A conta de serviços apresentou um déficit de US$ 5,0 bilhões em setembro, superior ao saldo negativo de US$ 3,5 bilhões no mesmo período em 2023. Além disso, o déficit na renda primária foi de US$ 6,5 bilhões, um aumento de 28,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo negativo foi de US$ 5,1 bilhões.
No acumulado de 12 meses até setembro, as transações correntes registraram um déficit de US$ 45,8 bilhões, segundo o Banco Central, o que equivale a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). Em agosto, o saldo negativo era de US$ 39,0 bilhões, correspondendo a 1,76% do PIB. Os dados sobre contas externas são importantes porque refletem a saúde financeira do país em relação ao resto do mundo, indicando a capacidade do Brasil de equilibrar suas transações internacionais.
O déficit implica que o Brasil gastou mais do que recebeu em transações com o exterior, envolvendo exportações, importações e remessas de juros e dividendos. Esse resultado pode impactar diretamente a economia e a vida cotidiana dos brasileiros de várias formas. Entre os efeitos, destaca-se a valorização do dólar e a inflação: com um déficit crescente, o Brasil precisará de mais capital estrangeiro para financiar essa diferença, aumentando a demanda por dólares e pressionando o real para baixo, o que encarece produtos importados e contribui para a inflação interna. Além disso, ajustes econômicos poderão ser necessários se o déficit se tornar insustentável, levando o governo a adotar medidas de austeridade ou aumentar as taxas de juros para atrair investimentos estrangeiros, limitando assim o consumo e o crescimento econômico.
Por último, grandes déficits nas contas externas podem gerar desconfiança entre investidores quanto à estabilidade econômica do Brasil, tornando mais caro ou difícil para o país obter crédito e capital estrangeiro, essenciais para projetos de infraestrutura e crescimento.
Gazeta Brasil