Empresário confirma que existe ‘grande possibilidade’ de compra da unidade que será fechada pela montadora americana em São Bernardo do Campo, SP.
“Nos já estivemos com os chineses, que estão interessados em fabricar carro conosco lá”, disse o presidente do conselho do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, sobre a possibilidade de compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP).
Caoa, como é conhecido, deu a declaração após se reunir nesta segunda (13) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Brasília. Seu grupo é dono de metade das operações da chinesa Chery no Brasil e, juntos, produzem carros em Jacareí (SP) e Anápolis (GO).
O empresário disse que não pediu nada ao governo. “A gente veio conversar porque temos intenção de fazer novos investimentos no país, e a gente quer saber o que vai ser o futuro. O que vai acontecer com o país. Esse é o motivo da reunião com o ministro”, afirmou.
A fábrica da Ford no ABC paulista será fechada ainda neste ano pela montadora norte-americana.
A unidade emprega cerca de 3 mil pessoas e produz o Fiesta e 3 modelos de caminhões.
A decisão de encerrar a operação na unidade está ligada à saída da Ford do mercado de caminhões na América Latina.
Caoa diz que a aquisição da fábrica é “uma grande possibilidade”. Além de produzir carros com a Chery, a empresa produz veículos da sul-coreana Hyundai e também é dona da maior rede de concessionárias da Ford no país.
“Existe uma grande possibilidade dessa indústria da Ford acontecer. E de a Ford voltar a funcionar, absorvendo todos os empregos, toda a situação. Isso vai depender das nossas negociações com a China, que estamos tendo, e também do que pode acontecer com a fábrica lá. Temos de conversar com sindicatos, fornecedores, para saber como é que faz”, afirmou.
“A ajuda que nós queremos do governo é que resolva o problema da Previdência, e dessa crise que o Brasil está passando, para a gente poder ter confiança em fazer o investimento.”
Investigação
A Caoa foi investigada na Operação Zelotes, sobre compra de medidas provisórias por empresas para conseguir incentivos fiscais. Em setembro de 2017, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, empresário do grupo, se tornou réu no processo em que é acusado de corrupção ativa.
Na época da denúncia, a Caoa se declarou surpresa e afirmou que os fatos já foram objeto de investigação em que ficou provada a inocência da empresa.
Por G1/Auto Esporte