Cientistas descobriram uma caverna na Lua, com pelo menos 100 metros de profundidade, que poderia servir como local ideal para os humanos construírem uma base permanente, de acordo com pesquisadores. Esta descoberta destaca apenas uma entre possíveis centenas de cavernas escondidas em um mundo subterrâneo até então não explorado.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Astronomy em 15 de julho, revela que países estão competindo para estabelecer uma presença humana duradoura na Lua, enfrentando desafios como radiação, temperaturas extremas e as condições do clima espacial.
Helen Sharman, a primeira astronauta britânica, comentou à BBC que a caverna recém-descoberta parece ser um local promissor para uma base lunar, sugerindo que humanos poderiam estar vivendo em poços lunares dentro de 20 a 30 anos. No entanto, ela observou que a profundidade da caverna poderia exigir técnicas como rapel e o uso de mochilas a jato ou um elevador para acesso.
Os pesquisadores Lorenzo Bruzzone e Leonardo Carrer, da Universidade de Trento, na Itália, encontraram a caverna utilizando radar para penetrar a abertura do poço em uma planície rochosa conhecida como Mare Tranquillitatis, onde a Apollo 11 pousou em 1969. A caverna apresenta uma abertura na superfície lunar, com paredes íngremes que descem até um piso inclinado, possivelmente se estendendo mais fundo no subsolo.
Formada milhões ou bilhões de anos atrás pela lava lunar, a caverna tem paralelos com as cavernas vulcânicas em Lanzarote, Espanha, como explicou Carrer, destacando que visitaram esses locais como parte de seu trabalho. Carrer expressou sua excitação com a descoberta, descrevendo-a como uma experiência única na história da humanidade.
Os cientistas vislumbram usar radar de penetração no solo, câmeras ou robôs para mapear completamente a caverna, que ainda não foi totalmente explorada. Essa descoberta não só abre novas possibilidades para entender a Lua, mas também pode impactar futuras explorações de cavernas em Marte, potencialmente revelando evidências de vida protegida dos elementos da superfície do planeta vermelho.
Gazeta Brasil