Centenas de crianças contraíram o novo coronavírus em um acampamento de verão no mês passado no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, informaram as autoridades nesta sexta-feira (31), confirmando que os menores são suscetíveis a se infectar e ser vetores de transmissão.
O vírus infectou pelo menos 260 das 597 pessoas do grupo, informaram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), segundo os quais provavelmente o nível de infecção seja ainda maior, pois só foi possível testar 58%.
O acampamento ignorou as recomendações dos CDC de que todos os participantes usassem máscaras e só estabeleceu que fossem obrigatórias para os funcionários.
Mas cumpriu com uma disposição que exigiu dos participantes exibir um exame negativo de COVID-19, feito 12 dias antes de sua chegada.
Outras precauções incluíram o distanciamento físico, higiene e desinfecção frequente de superfícies e manter as crianças em grupos pequenos, com pouco uso de espaços comuns.
O acampamento também teve sessões de orientação para os 138 aprendizes e os 120 funcionários, um grupo composto em sua maioria por menores de 21 anos.
Foram ao local 363 crianças e adolescentes com idades entre os 6 e os 19 anos.
Até 26 pessoas dormiram juntas nas cabanas.
Em 23 de junho, um adolescente que trabalhava com as crianças deixou o acampamento depois de ter começado a sentir calafrios na noite anterior. Seu exame para a COVID-19 deu positivo.
Os administradores decidiram, então, mandar para casa todas as crianças e no dia 27, todas as instalações foram fechadas.
Segundo as investigações, 260 das 344 pessoas que tiveram acesso a exames tiveram resultados positivos.
Deste grupo, 74 apresentaram sintomas leves, como febre, dores de cabeça e inchaço na garganta. Os demais foram assintomáticos.
“Estas descobertas mostram que o Sars-CoV-2 se propaga de forma eficiente nos grupos de jovens que pernoitam em um mesmo lugar, o que implica altas taxas de ataque (contágios) em todos os grupos etários”, escreveram os autores do informe.
“Crianças de todas as idades são suscetíveis à infecção pelo Sars-CoV-2 e, contra alguns informes preliminares, podem ter um papel importante na transmissão”, acrescentaram.