Correios registram prejuízo de R$ 1,7 bi no primeiro trimestre, o pior em oito anos

Os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, o pior resultado para o período desde 2017, representando um aumento de 115% em relação ao déficit de R$ 801 milhões do mesmo período em 2024. Este é o 11º trimestre consecutivo de perdas, sendo nove sob a gestão do atual presidente, Fabiano Silva. A estatal não detalhou as causas específicas do prejuízo, mas fatores como queda de receita (12,3%, de R$ 4,5 bilhões em 2024 para R$ 3,95 bilhões em 2025), especialmente em postagens internacionais (de R$ 945 milhões para R$ 393 milhões), e aumento de custos operacionais, como despesas com pessoal e administrativas, contribuíram para o resultado.

A crise financeira tem impactado operações, com atrasos em pagamentos a transportadoras, falta de insumos em agências (como papelão e envelopes) e suspensão de voos de carga por falhas de segurança. Em 2024, o prejuízo anual foi de R$ 2,6 bilhões, agravado pela “taxa das blusinhas”, que reduziu a arrecadação com encomendas internacionais em 37%. A empresa também assumiu uma dívida de R$ 7,6 bilhões para equacionar o déficit do Postalis, fundo de pensão dos funcionários.

Para enfrentar a situação, os Correios planejam medidas como redução de jornada de trabalho, corte de 20% em cargos comissionados, revisão de contratos, e captação de R$ 3,8 bilhões junto ao New Development Bank (NDB) para investimentos. Também projetam lançar um marketplace próprio em 2025 e expandir serviços no comércio eletrônico. Apesar dos desafios, a estatal afirma que sua continuidade operacional está garantida por fatores estratégicos e sua natureza pública.

A situação tem gerado críticas, com a oposição questionando a gestão atual e sugerindo reformas estruturais. A estatal enfrenta concorrência crescente no setor de encomendas e queda no volume de correspondências tradicionais, o que pressiona ainda mais suas finanças.
Grok/X

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