Pobreza afeta 14 milhões de pessoas no Reino Unido, um país de 65 milhões de habitantes, e aumenta entre aqueles que têm emprego, crianças e aposentados.
Por France Presse
A pobreza afeta 14 milhões de pessoas no Reino Unido, um país de 65 milhões de habitantes, e aumenta entre aqueles que têm emprego, crianças e aposentados, de acordo com um relatório publicado nesta sexta-feira (7).
O levantamento da fundação Joseph Rowntree contrasta com os números oficiais, que mostram que o desemprego está abaixo de 4%, nível mais baixo em 45 anos, apesar da desaceleração da atividade econômica devido à incerteza do Brexit.
O relatório mostra que muitos trabalhadores caem na pobreza porque sua remuneração e o número de horas que trabalham não são suficientes para suprir suas necessidades básicas.
O trabalho informal é o outro lado de uma moeda que mostra uma baixa taxa de desemprego, como ilustrado pelo crescente uso dos chamados contratos de “zero hora”, que não garantem horas mínimas a serem cumpridas.
No total, metade das pessoas afetadas pela pobreza vive em famílias com empregos, em comparação aos 39% registrados há 20 anos, segundo o relatório.
Cerca de 4 milhões de crianças e 2 milhões de aposentados vivem na miséria, um aumento respectivamente de 400.000 e 300.000 pessoas nos últimos cinco anos.
De acordo com os critérios utilizados para este estudo, uma família é considerada pobre quando sua renda é 60% inferior à renda média de uma família semelhante, uma vez descontado o preço da moradia em cada área.
Após a divulgação desta pesquisa, o sindicato TUC convocou os poderes públicos a acabar com os empregos com contratos “zero hora”.
“Os contratos de zero hora devem ser proibidos e o salário mínimo deve atingir imediatamente pelo menos 10 libras por hora”, disse a secretária-geral da entidade, Frances O’Grady.
O governo do primeiro-ministro conservador Boris Johnson diz que aumentará o salário mínimo para 8,72 libras por hora a partir de abril e afirma que a luta contra a pobreza é uma prioridade.