O documento seria uma cópia do Evangelho de Tomé
Um grupo de pesquisadores, incluindo o brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, descobriu o manuscrito mais antigo que fala sobre a infância de Jesus. O escrito em grego, datado de mais de um milênio e meio atrás, estava há muito tempo despercebido na biblioteca da Universidade de Hamburgo, na Alemanha.
O professor Gabriel Nocchi Macedo e papirologistas do Instituto de Cristianismo e Antiguidade publicaram suas descobertas na revista Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, mostrando que trata-se de uma cópia do Evangelho de Tomé, um texto que não está presente na Bíblia.
O documento relata um milagre atribuído a Jesus Cristo quando criança. Segundo o texto, Jesus teria moldado 12 pardais de barro enquanto estava perto de um lago. Jesus tinha apenas cinco anos e, ao bater palmas, fez com que os pássaros de barro se tornasse vivos.
O fragmento contém cerca de 13 linhas e, de acordo com os pesquisadores, parece ter sido criado como um exercício de escrita em uma escola ou mosteiro, devido à caligrafia desajeitada e aos traços irregulares.
A descoberta é importante para a arqueologia por ser um manuscrito que remonta aos primórdios do Cristianismo. Até então, a versão grega mais antiga conhecida do Evangelho de Tomé era de um códice do século XI, provavelmente escrito no século II d.C.
O pesquisador brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, que também é professor da Universidade de Liège, na Bélgica, foi fundamental para identificar e reconhecer a importância do texto. Ele explicou que o documento, embora pequeno e não muito atraente, pode fornecer informações valiosas sobre o passado.
– Registros assim podem trazer muita informação e contribuir com nosso conhecimento do passado. Todas as fontes, mesmo que “menores” e “feias”, podem ser importantes – afirmou Macedo.
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