
Fatores como a influência de líderes religiosos evangélicos, que representam 26,9% da população segundo o Censo de 2022, e a ênfase em pautas como meritocracia e valores cristãos, têm sido explorados pela direita, especialmente entre os mais pobres. A teologia da prosperidade, que valoriza o esforço pessoal, ressoa nesse grupo, enquanto o PT enfrenta desafios para renovar sua base. Além disso, a desaprovação do governo Lula atingiu níveis recordes, e a percepção de estagnação econômica e inflação alta, especialmente nos preços dos alimentos, pode estar contribuindo para essa migração.
Por outro lado, alguns analistas, como o sociólogo Jessé Souza, argumentam que a guinada à direita entre os mais pobres também reflete a desilusão com a política e a falta de explicação clara sobre as causas do empobrecimento após 2016, o que permite à direita canalizar a frustração para bodes expiatórios, como minorias, reforçada por discursos religiosos e conservadores.