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Colocar os sentimentos no papel faz um bem enorme. É a oportunidade de poder se entender melhor
Dizem que há três coisas que as pessoas devem fazer na vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Essa última pode ser realizada de várias formas. Não é preciso ser um Machado de Assis ou Graciliano Ramos para colocar as ideias no papel e transformar em arte.
O mais interessante é que a escrita pode servir tanto como desabafo, quanto comemoração. É uma maneira de registrar momentos ordinários e extraordinários para resgatar no futuro e manter viva as histórias do passado. Pegue o papel e a caneta e aceite esse convite!
Mais do que um exercício
Segundo uma pesquisa feita pelo Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, a sensação de gratidão promove muito mais benefícios do que o bem-estar em si. Escrever sobre esse sentimento aumenta a eficácia da regulação hormonal, que é um dos principais mecanismos para promover benefícios na vida das pessoas, tanto físicos quanto emocionais.
Foram entrevistadas noventa pessoas, sendo divididas em três grupos: escrever e compartilhar histórias de gratidão, escrever histórias de gratidão e compartilhar situações rotineiras não emocionais. O processo durou quatro semanas para depois ser feita uma tarefa de reavaliação. Assim, se percebeu que os grupos que escreveram sobre gratidão obtiveram os melhores resultados nesse último teste, ou seja, apresentaram melhor regulação negativa de imagens “ruins” quando comparados ao grupo de controle.
Assim, os pesquisadores afirmam que se concentrar em experiências pessoais passadas de gratidão tem efeito positivo na regulação hormonal. Tatiane de Sá Manduca, psicóloga clínica, autora do livro Valida-te e mãe de Mateus, comentou sobre a importância de falar sobre esse tema nos dias atuais: “Está aí um ingrediente importantíssimo para nossa saúde mental e relacional, falar sobre nossas próprias emoções”. A especialista opina que temos recursos suficientes para expor os desejos e sentimentos, mas há uma dificuldade de transmiti-los, seja porque não aprendemos ou temos dificuldade em reconhecer que sentimos.
Por: Yulia Serra/Revista Pais & Filhos