A carga tributária nos carros brasileiros é uma das mais elevadas do mundo. Ao adquirir um veículo no Brasil, o consumidor está pagando por uma série de impostos embutidos no preço, o que resulta em um custo final significativamente maior em comparação com outros países.
No Brasil, os impostos sobre consumo são excessivamente altos. Aproximadamente 42% da arrecadação do governo provêm desses impostos, enquanto nos Estados Unidos, esse número é de apenas 16%. Essa disparidade é considerada injusta, pois afeta igualmente pessoas de diferentes faixas de renda.
Tomemos como exemplo o Toyota Corolla. No Brasil, o preço de tabela é de R$ 185.000. Se excluirmos os impostos, o valor para o fabricante é de R$ 122.500. Nos Estados Unidos, o mesmo modelo custa US$ 27.900, o que, sem impostos, equivale a R$ 140.000 para o fabricante. Assim, mesmo com um preço final mais baixo no Brasil, o fabricante recebe menos aqui do que nos EUA.
A alta carga tributária e os custos elevados são fatores que dificultam a lucratividade das montadoras no Brasil. A Ford, por exemplo, vendia o EcoSport por R$ 20.000 (sem impostos) no país, enquanto o mesmo carro custava US$ 27.000 em Miami. Essa diferença de preço evidencia como a carga tributária impacta a competitividade.
Diante desse cenário, a Ford optou por encerrar suas atividades de fabricação no Brasil e focar na importação, onde consegue manter margens de lucro mais favoráveis. Essa situação reflete a urgência de reformas no sistema tributário brasileiro. A proposta de reforma tributária em discussão inclui um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que pode chegar a 27%, o mais alto do mundo. Isso significa que a tributação sobre consumo continuará alta, dificultando ainda mais a redução de preços para o consumidor final.
A saída da Ford do Brasil serve como alerta para os desafios enfrentados pela indústria automotiva no país. A carga tributária elevada e os custos de produção afetam diretamente o consumidor. Reformas tributárias são essenciais para melhorar essa situação e tornar o mercado mais competitivo, evitando perdas de investimentos importantes para o país.
