Nesta sexta-feira (17), o governo Lula reduziu de 2,1% para 1,61% a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2023. A estimativa para a inflação aumentou. A Secretaria de Política Econômica, vinculada ao Ministério da Fazenda, divulgou as primeiras projeções feitas neste mandato.
No estudo de novembro do ano passado, realizado pela pasta ainda sob governo Bolsonaro, o cenário projetado para o PIB era de 2,1%, e a inflação estava em 4,60%, para este ano. No novo boletim, os “efeitos contracionistas da política monetária” são citados diretamente para justificar a esperada desaceleração no crescimento econômico.
Segundo o boletim Macrofiscal, “a redução de 0,49 p.p. no PIB em 2023 considerou os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que seguiram mostrando arrefecimento na margem, e os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e mercado de crédito do que o anteriormente projetado. As perspectivas de liquidez reduzida nos EUA e em outras economias também colaboraram para a revisão da projeção anterior”.
Para 2024, a estimativa de crescimento econômico é em 2,34%. No boletim anterior, a expectativa era que a economia do Brasil crescesse 2,7% no próximo ano.
Já as projeções de inflação foram ajustadas para cima, e segundo a SPE, o IPCA acumulado em 2023 deve ser de 5,31%. Na última projeção do Macrofiscal, a expectativa de inflação para este ano era de 4,60%.
O Ministério também disse que a desaceleração deve ocorrer tanto no setor de serviços quando na indústria, e também citou o alto nível de endividamento como razão para a alta menor do PIB.
Inflação
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 4,6% para 5,31%. A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.
Segundo a SPE, a inflação dos alimentos e de bens industriais deverá desacelerar nos próximos meses. No entanto, os preços monitorados (administrados) devem subir mais que o inicialmente previsto, o que justificou a revisão para cima da projeção para o IPCA.
Gazeta Brasil