Entre setembro e outubro, vários sindicatos vão sair à rua para contestar a unificação do sistema de pensões na França
A reforma das pensões e a tensão crescente entre Governo e sindicatos está a levar a várias paralisações na França, algumas que já tiveram início e outras previstas até outubro, incluindo greves nos transportes, serviços administrativos e até polícias.
Entre setembro e outubro, vários sindicatos vão sair à rua para contestar a unificação do sistema de pensões na França que visa uniformizar as condições com que os franceses terminam a sua vida laboral.
Esta segunda-feira decorre uma greve das profissões liberais, como médicos e advogados, que contestam a manutenção dos seus sistemas próprios de complemento às pensões e o possível aumento da cotização para quem tem rendimentos mais elevados.
A primeira paralisação aconteceu sexta-feira com os trabalhadores da RATP, empresa que assegura os transportes em Paris, a paralisarem a capital levando a que se gerassem mais de 300 quilômetros de filas de trânsito nas horas de ponta à volta da cidade.
A RATP quer manter o seu sistema especial, que, entre outras, permite partir para a reforma mais cedo.
O calendário das manifestações continua até outubro. A 21 de setembro, sai à rua o sindicato Force Ouvriere, que agrupa muitos setores da função pública, numa manifestação anunciada logo a seguir às linhas gerais desta reforma das pensões terem sido apresentadas pelo Governo de Macron.
Com a greve do clima a decorrer a 20 de setembro, data em que os jovens franceses prometem não ir à escola devido à inação do Governo e do setor privado face às alterações climáticas, o próximo sábado pode ser mesmo de alto risco, com a possibilidade do regresso em força dos coletes amarelos.
Já esta quinta-feira, é a vez dos trabalhadores da EDF, principal empresa de geração e distribuição de energia elétrica em França, parar. Os trabalhadores contestam o desmantelamento deste gigante do setor energético a favor dos concorrentes privados.
No dia 24 de setembro é a vez dos caminhos de ferro, com a SNCF, empresa nacional de comboios, a paralisar as linhas por todo o país tendo também como objetivo lutar contra a reforma das pensões.
A 02 de outubro serão os polícias franceses a manifestarem-se nas ruas de Paris. A chamada “Marcha da fúria” está a ser coordenada por todos os sindicatos da polícia e visa denunciar as condições de trabalho dos agentes da autoridade, nomeadamente o aumento no número de suicídios e as agressões a que são expostos diariamente.
A reforma das pensões segue agora para um período de concentração até ao fim do ano, onde o Governo diz querer ouvir os parceiros sociais e integrar alterações na lei que deverá ser entregue à Assembleia Nacional em 2020, mas apenas debatida e votada depois das eleições municipais, que acontecem em março.
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