IBGE: Setor de serviços tem alta pelo 2º mês seguido

Transporte de passageiros superou, pela 1ª vez, o patamar pré-pandemia e o consumo das famílias mantém trajetória de recuperação puxado por bares e restaurantes.

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,2% em abril, na comparação com março. Foi a segunda alta seguida, com ganho acumulado de 9,5%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (14).

O resultado de fevereiro foi revisado pelo IBGE mais uma vez, passando de uma alta de 0,4% para uma queda de 0,1% – no mês passado, o dado já havia sido revisado de uma queda de 0,2% para alta de 0,4%.

Na comparação com abril do ano passado, a alta foi de 9,4% – foi a 14ª taxa positiva nesta base de comparação.

Com os resultados de abril, o IBGE destacou que o setor de serviços passou a operar 7,2% acima do período pré-pandemia sendo que, pela 1ª vez, o transporte de passageiros recuperou o nível que tinha em fevereiro de 2020, antes do início das medidas de isolamento social.

“Depois de dois anos e dois meses, o transporte de passageiros superou pela primeira vez o patamar pré-pandemia, ratificando, assim, a maior mobilidade da população, refletida no aumento das receitas das empresas que operam os transportes de passageiros nos seus diversos modais: aéreo, rodoviário e metroferroviário”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

O crescimento do volume de serviços prestados em abril foi puxado por apenas duas das cinco grandes atividades do setor, a de informação e comunicação e a de serviços prestados às famílias -segunda taxa positiva para ambas. As outras três, porém, registraram queda.

Com isso, o indicador acumulado em 12 meses recuou de 13,6% para 12,8% na passagem de março para abril, interrompendo trajetória de crescimento iniciada em fevereiro do ano passado.

O maior impacto positivo em abril partiu da atividade de informação e comunicação, que atingiu o ponto mais alto da série histórica da pesquisa, iniciada em 2011.

O gerente da pesquisa do IBGE destacou que este resultado se deve à mudança do perfil do setor de serviços como um todo, que passou a demandar alternativas ao atendimento presencial diante da necessidade de isolamento social imposta pela pandemia.

“Durante o auge do isolamento por conta da pandemia, houve uma alta demanda desses serviços e esse movimento perdura até os dias atuais, com as empresas continuando a demandar serviços como o de desenvolvimento de softwares, de aplicativos de videoconferência ou de marketing digital”, enfatizou Lobo.

O 2º impacto positivo, por sua vez, foi dos serviços prestados às famílias, graças à retomada da demanda por serviços de caráter presencial, sobretudo os relacionados a alojamento e alimentação.

“É um resultado que vem na esteira da continuidade do processo da retomada dos serviços de caráter presencial, notadamente, os bares e restaurantes”, explicou o pesquisador.

Gazeta Brasil

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