A Petrobras divulgou seu lucro líquido para o primeiro trimestre, que atingiu R$ 23,7 bilhões. Esse valor representa uma queda de 37,9% em relação aos R$ 38,156 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava um lucro em torno de R$ 28,3 bilhões (ou aproximadamente US$ 5,5 bilhões, com base na taxa de câmbio de R$ 5,15) para os primeiros três meses deste ano.
A Petrobras atribuiu essa redução no lucro a uma combinação de fatores, incluindo a queda nas vendas de combustíveis no mercado interno e o impacto negativo do câmbio, com a desvalorização do real em relação ao dólar. No primeiro trimestre de 2024, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhões.
Além das vendas menores, a estatal também destacou a diminuição da margem de lucro no diesel.
A receita de vendas no primeiro trimestre deste ano totalizou R$ 117,721 bilhões, o que representa uma queda de 15,4% em comparação aos R$ 139 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
A Petrobras informou que tanto as vendas de gasolina quanto as de diesel apresentaram queda entre janeiro e março. Essa redução ocorreu devido à demanda de mercado e a paradas programadas. Além disso, a estatal mencionou o aumento no teor mínimo de mistura obrigatória de biodiesel, que passou de 12% para 14% em março de 2024. Na gasolina, houve perda de participação para o etanol hidratado no abastecimento de veículos flex.
Um levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) revelou que, no primeiro trimestre deste ano, os preços do etanol ficaram, em média, 63% mais baixos do que os preços da gasolina. Sempre que essa relação fica abaixo de 70%, abastecer com etanol é mais vantajoso do ponto de vista econômico.
Bruno Pascon, sócio-fundador e diretor da CBIE Advisory, explicou que o recorde na produção da safra 2023/2024 resultou em preços mais competitivos para o etanol nos postos de combustível. A produção de etanol aumentou 16%, chegando a 33,5 bilhões de litros. No entanto, para o segundo trimestre, espera-se que essa alta não se repita, o que pode afetar os preços.
Pascon também ressaltou que, se a Petrobras tivesse reajustado os preços da gasolina ao longo deste ano, a diferença entre gasolina e etanol seria ainda maior. Atualmente, a defasagem entre os dois combustíveis está em cerca de 20%, de acordo com os cálculos do CBIE.
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