O PSDB decidiu levar à Justiça o evento de 1º de Maio, no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na última quarta-feira, realizado no estacionamento da Neo Química Arena, em Itaquera, zona leste de São Paulo. O partido planeja contestar o evento em duas vertentes: por crime eleitoral e por uso indevido da máquina pública. As informações são da Veja.
Na primeira instância, o PSDB pretende apresentar uma representação solicitando que tanto Lula quanto seu candidato em São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), sejam penalizados por propaganda eleitoral antecipada. Segundo o partido, o presidente infringiu a lei eleitoral, pois a legislação só permite a solicitação de votos após o início oficial da campanha, em 16 de agosto.
Em uma segunda representação, o PSDB questionará o uso de recursos públicos no evento, que contou com o patrocínio da Petrobras e utilizou incentivos fiscais da Lei Rouanet para a realização dos shows musicais. Na avaliação do PSDB, Lula e os organizadores do evento podem ser condenados por improbidade administrativa, um delito fora do âmbito eleitoral.
Durante o evento, Lula fez um apelo explícito por votos para Boulos na eleição municipal de São Paulo. Boulos, candidato do PSOL, está em uma disputa acirrada contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB). De acordo com uma pesquisa divulgada pelo instituto Paraná Pesquisas na quinta-feira, 2, ambos estão tecnicamente empatados, com uma ligeira vantagem numérica para Nunes.
Lula afirmou: “Ele (Boulos) está competindo contra nosso adversário nacional (referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro), nosso adversário estadual (governador Tarcísio de Freitas) e nosso adversário municipal (Ricardo Nunes). Ele está enfrentando três adversários. Portanto, quero dizer: Ninguém vai derrotar esse rapaz se vocês votarem no Boulos para prefeito nessas eleições. E eu vou fazer um apelo. Cada pessoa que votou em Lula em 1989, 1996, 1998, em 2006, 2010, em 2022, deve votar no Boulos para prefeito de São Paulo”.
A campanha antecipada gerou críticas não apenas de partidos de oposição, mas também de aliados, como o MDB, que, apesar de Nunes ser membro do partido, faz parte da base governista de Lula, com três ministérios – além de contar com 11 senadores e 44 deputados. “Ele foi a São Paulo com a estrutura do governo para fazer campanha eleitoral contra o MDB”, protestou Baleia Rossi, presidente nacional do partido.
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