Ministro Mendonça rebate Gilmar Mendes sobre evangélicos

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta quarta-feira (13) uma declaração oficial através das redes sociais em resposta a comentários feitos pelo também ministro Gilmar Mendes sobre uma suposta “narco-milícia evangélica” que atua no país.

Em entrevista à GloboNews, Gilmar Mendes afirmou que, durante uma reunião técnica do STF, um dos participantes alertou para a existência de uma “narco-milícia evangélica” no Rio de Janeiro, que supostamente teria conexões entre narcotraficantes, milicianos e membros de uma comunidade protestante.

André Mendonça contestou as declarações do decano em uma nota, mencionando que os dois discutiram o assunto. “Primeiramente, gostaria de registrar que conversei com o Ministro Gilmar Mendes sobre o incidente. Durante nossa conversa, Sua Excelência reiterou (i) seu respeito à comunidade evangélica, (ii) que não houve intenção de ofender seus membros e (iii) que estaria disposto a dialogar e esclarecer o assunto com lideranças da Igreja”.

Posteriormente, Mendonça ressaltou a importância de salientar que as falas feitas durante a reunião no STF foram generalizadas e graves, com um teor discriminatório e preconceituoso contra os evangélicos do Brasil. O ministro, que também é pastor presbiteriano, destacou o envolvimento dos evangélicos em iniciativas sociais, abrangendo áreas como educação, cultura e saúde, entre outras.

“[…] Posso afirmar, com muita segurança, que se há uma rede evangélica nesse país, ela é composta por mais de 1/3 da população, a qual se dedica sistematicamente a prevenir a entrada ou retirar pessoas do mundo do crime, em especial, aqueles relacionados ao tráfico e uso de drogas, que tanto sofrimento causam às famílias brasileiras”, diz o texto.

Ele concluiu sua nota pública afirmando que, caso realmente exista uma “narco-milícia evangélica”, a própria igreja evangélica seria a maior interessada na investigação dos fatos e que os crimes devem ser devidamente investigados e punidos com o rigor da lei. “Espera-se, assim, que eventuais condutas ilícitas dessa natureza sejam objeto de responsabilização, independente da religião professada de forma hipócrita, falsa e oportunista por quem quer que seja”, finalizou.

 

 

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