Regalias para partidos foram aprovadas em votação na noite dessa quarta-feira na Câmara dos Deputados. O texto agora segue para sanção ou veto do presidente
O resultado da votação da noite dessa quarta-feira na Câmara dos Deputados em que os parlamentares retomaram boa parte pontos polêmicos da minirreforma fez com que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fosse alvo de protestos nas redes sociais nesta quinta-feira.
No Twitter, a hastag #MaiaTraidordaPatria era o assunto mais comentado do país. Os perfis culpam o Maia pelo conteúdo do projeto aprovado que aumenta os gastos nas campanhas eleitorais com o uso de recursos públicos e ainda abre a possibilidade de caixa dois entre outros trechos polêmicos. Os pedidos para que Bolsonaro vete o texto também mobilizam a pauta de comentários, representado pelo #vetabolsonaro.
Somados, os dois assuntos movimentaram mais de 140 mil postagens até o final da tarde.
Nas redes sociais, os perfis além de lançar críticas à forma como Maia conduziu a votação ainda pedem uma campanha pedindo o impeachment dele. “Ele não engana, trabalha somente para benefício próprio e dos partidos políticos”, afirmou Claudiomir Ramos.
Ele não engana, trabalha somente para beneficio próprio e dos partidos políticos! #botafogodaodebrecht #MaiaTraidorDaPatria @camaradeputados @congemfoco @RodrigoMaia https://t.co/tm5qS4o54W
— Claudiomir Ramos (@Claudio_C_Ramos) 19 de setembro de 2019
Outra que semanifestou em sua rede social foi Clara Ilhais que sugeriu manifestações. “Enquanto não colocarmos multidão valendo em BSB (Brasília), não irão nos respeitar”, afirmou.
Enquanto não colocarmos multidão valendo em BsB, não irão nos respeitar!! #MaiaTraidorDaPatria pic.twitter.com/XwMPgevk0w
— Clara Ihais (@ClaraIhais) 19 de setembro de 2019
Parlamentares também fizeram críticas ao texto, mas optaram por não focar as insatisfações em Rodrigo Maia. Nestes casos, a opção foi aderir ao pedido para que o presidente vete o texto. A deputada federal Adriana Ventura, do Novo, adotou a estratégia. “Lutamos. Perdemos. Agora só nos resta a mobilização nas ruas e o veto do presidente!! #vetabolsonaro”, publicou.
Lutamos. Perdemos. Agora só nos resta a mobilização nas ruas e o veto do presidente!! #vetabolsonaro
— Adriana Ventura (@adrianasounovo) 19 de setembro de 2019
Na mesma linha, o outro parlamentar do Novo, Gilson Marques classificou a votação de ontem como “afronta à democracia” e pediu o veto. “Os deputados aprovaram ontem o texto da Câmara, para a Lei Eleitoral, que havia sido vetado pelo Senado, indo contra os anseios da população que deveriam representar. Agora só nós resta esperar que o Presidente da República vete este absurdo!”.
AFRONTA À DEMOCRACIA
Os deputados aprovaram ontem o texto da Câmara, para a Lei Eleitoral, que havia sido vetado pelo Senado, indo contra os anseios da população que deveriam representar.Agora só nós resta esperar que o Presidente da República vete este absurdo!#VetaBolsonaro pic.twitter.com/DF3rDqPNt6
— Gilson Marques (@gilsonmarques30) 19 de setembro de 2019
O senador Álvaro Dias (Podemos/PR) ainda cutucou os colegas da Câmara. “A Câmara dos Deputados ressuscitou o monstrengo que o Senado Federal havia sepultado”,
Entre os pontos aprovados, estão a possibilidade de que partidos usem verbas do fundo eleitoral para pagar advogados, multas e para comprar ou alugar bens móveis e imóveis. Os valores também poderão ser destinados à construção de sedes e realização de reformas.
O projeto aprovado também traz de volta dispositivos que foram criticados por facilitarem a prática de caixa 2, como a permissão para que despesas com honorários advocatícios e de consultoria de contabilidade decorrentes de “interesses de candidato ou partido” não estejam sujeitas ao limite de gastos de campanha. Hoje, esses valores entram na conta.
Além disso, o texto mantém a anistia a multas aplicadas aos partidos em casos de processos cujos julgamentos ainda estejam pendentes na Justiça Eleitoral.
Ainda nessa quarta-feira, Antes mesmo da votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou que a rejeição de pontos do texto pelo Senado pudesse ser vista como uma traição. Ele lembrou que o sistema é bicameral: “uma Casa vota, outra revisa”.
Por Estado de Minas