OMS pede que gays e bissexuais diminuam o número de parceiros sexuais para evitar varíola dos macacos

Nesta quarta-feira (27), odiretor da OMS aconselhou que homens que fazem sexo com homens – como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos.

Ele também recomendou que eles reconsiderem relações com novos parceiros para reduzir a transmissão da varíola dos macacos.

“A melhor maneira de fazer isso (interromper a transmissão) é reduzir o risco de exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros”, disse Tedros durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27).

O conselheiro da OMS em programas sobre o HIV, Andy Seale, afirmou que a varíola dos macacos já é considerada uma doença sexualmente transmissível, mas ainda não está classificada formalmente como tal.

“No caso da varíola dos macacos, não podemos simplesmente recomendar o uso da camisinha porque envolve o contato de pele com a ferida também. Por isso estamos recomendando redução do contato próximo”, afirmou Seale.

Aproximadamente 18 mil casos de varíola dos macacos foram reportados em 78 países desde que o primeiro paciente foi identificado no Reino Unido, em maio deste ano. Mais de 70% dos casos ocorreram na Europa e 25%, nas Américas. O Brasil tem 813 casos confirmados, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Cerca de 10% dos registros globais de varíola dos macacos foram encaminhados para hospitais para tratamento dos sintomas e, até aqui, ocorreram cinco mortes em decorrência da doença.

Os números fizeram com a OMS elevasse o nível de alerta da doença no último sábado (23).

Segundo a OMS, 98% dos casos notificados até agora são de homens que fazem sexo com homens.

Durante coletiva de imprensa, os diretores da resposta à doença lembraram que qualquer pessoa exposta ao vírus hMPXV – causador da varíola dos macacos – pode pegar a doença pelo contato próximo, com abraços e compartilhamento de objetos.

“Este é um surto que pode ser interrompido se os países, comunidades e indivíduos se informarem, levarem os riscos a sério e tomarem as medidas necessárias para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis”, disse Tedros.

Para reduzir o risco de contaminação, a OMS sugere:

  • Avaliação do próprio nível de risco;
  • Redução das situações de exposição, como aglomerações;
  • Para homens que fazem sexo com homens, redução do número de parceiros sexuais e reconsiderar o sexo com novos parceiros;
  • Pessoas vacinadas precisam continuar a se proteger e fazer escolhas segura após a administração das doses;
  • Procurar informações de fontes confiáveis, como agências de saúde.

Gazeta Brasil

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