Investigação iniciada na CGU aponta indícios de irregularidades em decisões de ex-diretor da Aneel que teria beneficiado empresas do ramo de energia entre os anos de 2010 e 2013.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (21) mandados de busca e apreensão para apurar suposto recebimento de propina por ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre os anos de 2010 e 2013. Os mandados foram cumpridos em Brasília e miraram três pessoas.
A investigação começou em 2016 a partir de nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou indícios de irregularidades em decisões tomadas pela diretoria da Aneel. As decisões teriam contrariado pareceres técnicos da própria agência para beneficiar empresas do ramo de energia. Segundo a investigação, os prejuízos para o poder público ultrapassam R$ 12 milhões.
Segundo investigadores, depois das decisões controvertidas, um ex-diretor da agência, sete meses depois de deixar o cargo, constitui consultoria e foi nomeado diretor de empresas da área de energia. Na nova função, ele e sua consultoria receberam transferências e depósitos de empresas da área de energia elétrica, que teriam sido beneficiadas em decisões da agência.
Ainda de acordo com a investigação, entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento de depósitos nas contas vinculadas ao ex-diretor e sua empresa, de aproximadamente 300% em relação aos anos de 2011 a 2013.
De acordo com os investigadores, parte dos valores depositados não consta na declaração de imposto de renda dos dois anos. Segundo a investigação, os indícios apontam que as transferências são uma contraprestação pelos benefícios obtidos pelas empresas após decisões tomadas pelo então diretor da Aneel.