Reprovação de Haddad Explode e Chega a 58% no Mercado Financeiro, Aponta Quaest

A avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofreu uma queda drástica entre os agentes do mercado financeiro, conforme revela a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19). O índice de reprovação ao desempenho do ministro disparou de 24% em dezembro de 2024 para 58% em março de 2025, um salto de 34 pontos percentuais em apenas três meses. Trata-se do pior resultado registrado por Haddad desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023.
No mesmo período, a aprovação ao trabalho do ministro despencou de 41% para apenas 10%, enquanto a percepção de uma gestão “regular” caiu ligeiramente de 35% para 32%. A pesquisa, realizada entre os dias 12 e 17 de março, ouviu 106 representantes de fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo gestores, economistas e analistas. O levantamento reflete um crescente pessimismo do mercado em relação à condução da política econômica do governo.
A deterioração da imagem de Haddad coincide com um cenário de expectativas negativas para a economia brasileira. Segundo o estudo, 93% dos entrevistados acreditam que a política econômica do país está na direção errada, e 83% preveem uma piora nos próximos 12 meses. Além disso, 58% apontam o risco de uma recessão em 2025, enquanto 82% esperam que a inflação supere os níveis de 2024. A pesquisa também indica que 87% dos agentes financeiros antecipam um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta quarta-feira.
Para 85% dos entrevistados, Haddad está mais fraco dentro do governo em comparação com o início do mandato, um contraste significativo com os 61% que já percebiam essa perda de força em dezembro. Apenas 1% acredita que o ministro ganhou influência, enquanto 14% veem sua posição como estável. A pesquisa sugere que o mercado atribui a Lula, e não a Haddad, a responsabilidade pela trajetória econômica: 92% dos entrevistados apontam o presidente como o principal condutor da política econômica, contra apenas 5% que culpam o ministro da Fazenda.
O cenário econômico adverso não é o único fator a pressionar a imagem do governo. A reprovação à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva segue elevada, com 88% dos agentes financeiros avaliando negativamente seu desempenho, uma leve melhora em relação aos 90% registrados em dezembro. Enquanto isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, mantém uma avaliação positiva: 45% aprovam sua gestão, 41% a consideram regular e apenas 8% a reprovam.
Analistas ouvidos pela reportagem atribuem a queda na popularidade de Haddad a uma combinação de fatores, como a percepção de fragilidade do arcabouço fiscal, a alta persistente da inflação e a falta de confiança nas medidas propostas pelo governo para conter gastos. “O mercado esperava uma postura mais firme de Haddad para equilibrar as contas públicas, mas as ações recentes foram vistas como insuficientes”, avalia Mariana Costa, economista-chefe de uma gestora de São Paulo.
A mudança de humor em relação ao ministro, que já chegou a ter 65% de aprovação em julho de 2023, marca o fim de uma “lua de mel” com o mercado financeiro. O governo, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os resultados da pesquisa. A expectativa agora se volta para as decisões do Copom e os próximos passos da equipe econômica, que enfrentam o desafio de reconquistar a confiança de um setor cada vez mais cético.
Com informações da Genial/Quaest e agências de notícias.

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