“Para muitos, esse retorno público destaca como a herança da operação Lava Jato está sendo apagada desde que Lula assumiu seu terceiro mandato no ano passado”, diz a publicação do Financial Times.
Uma investigação de uma década revelou uma corrupção generalizada que envolveu políticos e empresários durante o governo anterior do partido de Lula. “A Suprema Corte, especialmente o ministro Dias Toffoli, tem desempenhado um papel crucial na reversão dos resultados da Lava Jato”, diz o jornal americano.
No mês passado, o ministro do STF anulou todas as condenações criminais contra Marcelo Odebrecht, figura central da Lava Jato, que havia admitido subornos em 2016. O Departamento de Justiça dos EUA descreveu o esquema como “o maior caso de suborno estrangeiro da história”.
No mesmo dia, o Supremo ainda anulou a condenação de 2017 de José Dirceu, outro aliado de Lula, alegando prescrição.
Nos últimos 6 meses, Dias Toffoli também suspendeu multas de corrupção milionárias impostas à Odebrecht, agora Novonor, e à J&F, holding dos irmãos Batista.
Ativistas e políticos da oposição alegaram conflito de interesse, pois a esposa de Toffoli havia trabalhado como advogada para a J&F.
“Em resposta, o gabinete de Toffoli afirmou que suas decisões seguiram precedentes da corte de 2022 e estavam ‘baseadas na constituição e nas leis do país”, afirma o jornal.
Toffoli, que se tornou ministro em 2009 por Lula e deve se aposentar em 2042, afirmou que o conluio na Lava Jato impediu o devido processo legal.
De acordo com o Financial Times, fontes próximas ao ministro do STF disseram que ele sempre criticou os excessos da operação: “A esposa de Toffoli representou a J&F em um caso não relacionado e não trabalha mais para a empresa. A lei brasileira não exigia que Toffoli se afastasse do caso da J&F”.
Gazeta Brasil