Um devastador terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar e Tailândia nesta sexta-feira, deixando um rastro de destruição e provocando temores de que barragens possam ceder, resultando em inundações catastróficas.
O tremor ocorreu por volta das 13h20 (horário local) em Mianmar, próximo à cidade de Mandalay, a segunda maior do país. O terremoto foi seguido minutos depois por um forte tremor de réplicas, com magnitude 6,4. Autoridades do hospital principal de Naypyidaw, a capital de Mianmar, classificaram a área como de “grandes vítimas”, com o número de mortos esperado para aumentar à medida que os escombros são removidos.
Um médico local relatou à agência de notícias AFP: “Nunca vi algo assim antes. Estamos tentando lidar com a situação. Estou completamente exausto.” A cidade de Mandalay foi particularmente afetada, com pelo menos dez fiéis mortos após o colapso de uma mesquita. Além disso, mais de 20 crianças estão presas em uma escola destruída em Taungoo, no centro de Mianmar.
Imagens impressionantes também mostraram trabalhadores fugindo em Bangkok, Tailândia, quando um prédio de 30 andares em construção desabou devido ao tremor. Pelo menos três pessoas morreram e outras 90 ainda estão desaparecidas. A tragédia também afetou a região, com casas e estruturas públicas, como pontes e templos, sendo severamente danificadas.
O impacto do terremoto foi sentido em várias regiões, incluindo Tailândia, Índia e China. Nas ruas de Bangkok, moradores foram evacuados dos prédios, buscando abrigo no calor do meio-dia, enquanto a cidade enfrentava um grande caos no trânsito. A ex-patriota britânica Chelsea King relatou momentos de pânico, com prédios visivelmente balançando e pessoas correndo pelas ruas em pânico.
A Cruz Vermelha fez um alerta sobre a possibilidade de colapso de grandes barragens no país, o que poderia causar inundações ainda mais devastadoras. “Estamos acompanhando a situação, pois as condições das barragens são preocupantes”, afirmou Marie Manrique, coordenadora do Programa da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
O terremoto ocorre em um momento de grande fragilidade para Mianmar, que ainda enfrenta uma guerra civil de quatro anos. O governo militar, isolado internacionalmente, pediu ajuda externa, decretando estado de emergência nas seis regiões mais afetadas.
A União Europeia se ofereceu para fornecer assistência, com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressando solidariedade com as vítimas. “Meus pensamentos estão com as vítimas e suas famílias. Estamos prontos para oferecer mais apoio”, declarou.
Esse terremoto se junta a uma série de desastres naturais que afetaram a região nos últimos anos, destacando a vulnerabilidade de áreas com infraestrutura deficiente e planejamento urbano inadequado. As autoridades locais enfrentam um grande desafio para lidar com a magnitude da tragédia e as necessidades de socorro e reconstrução.
Gazeta Brasil
