Hospital Bezerra de Menezes recebe ação de Educação Física

Ginástica adaptada, exercícios funcionais e jogos recreativos são as atividades realizadas para cerca de 80 internos do local

Ginástica adaptada, exercícios funcionais e jogos recreativos já fazem parte da rotina de cerca de 80 internos do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, em Presidente Prudente. As ações, desenvolvidas através do projeto de extensão “Exercício físico como coadjuvante na promoção da saúde para adultos com transtornos psiquiátricos”, do curso de Educação Física da Unoeste, visam desenvolver além do condicionamento físico dos atendidos, aprimorar habilidades específicas voltadas para a vida diária deles, promovendo assim uma melhor qualidade de vida, contribuindo para a diminuição da ansiedade, estresse e melhora do humor e autoestima dos pacientes.

 

O projeto, coordenado pelo professor Carlos Augusto de Carvalho Filho, tem a participação de acadêmicos da Unoeste que participam através das disciplinas de Estágio Supervisionado e também de estudantes voluntários da Educação Física. “O projeto surgiu através de um pedido de parceria do próprio hospital. Começamos as atividades no ano passado, em 2018, e desde que implantamos já é possível notar a melhora em alguns pacientes em relação à parte física e psicológica. O interesse pelas atividades aumenta a cada encontro e eles se mostram muito felizes com a nossa presença”, conta o docente.

As atividades são realizadas duas vezes por semana para homens e mulheres em dias e horários separados. “Às segundas-feiras são realizados treinos de condicionamento físico e exercícios de flexibilidade para a turma do núcleo Pluri Masculino. Nas sextas atendemos o Pluri Feminino com atividades de ginástica localizada, lutas e jogos esportivos”, explica.

De acordo com o professor, o contato dos acadêmicos com esses pacientes, através do projeto, é muito importante para a formação deles já que possibilita novas formas de intervenção profissional, humanização e convívio com um grupo de necessidades diferenciadas de intervenção, fazendo com que o futuro profissional tenha novas habilidade e competências. “Para nós é muito gratificante ver que nosso trabalho resulta em algo positivo na vida dessas pessoas. Não somente pela realização das atividades, mas principalmente ao ver a alegria deles em estar participando e em ter o encontro semanal com o nosso grupo”, revela.

Sandra Cristina Milaneize é acadêmica do 3º termo de Educação Física. Ela conta que o interesse em participar do projeto como voluntária surgiu porque seu foco sempre foi trabalhar com a terceira idade, desde que começou os estudos na Unoeste. “Vi que no Hospital Bezerra de Menezes, além da possibilidade de aprendizado com um público grande de idosos, me traria um conhecimento maior em relação ao fator psicológico dos atendidos. Comecei o trabalho no início deste ano e essa experiência já me mudou bastante como pessoa. É gratificante ver que o pouco que contribuímos faz uma enorme diferença na vida deles”, diz.

Felipe dos Santos da Silva Pedro, do 7º termo, também participa das atividades no hospital como voluntário. De acordo com ele, que está no projeto há quase um ano, o grande aprendizado que tem tido com os pacientes é sobre dar valor à sua própria vida. “Logo nas duas primeiras semanas me lembro que fiquei bastante impressionado. Percebi que reclamar por qualquer coisa é perda de tempo. Acredito que estágios como este deveriam ser obrigatórios a todos os alunos. É muito enriquecedor o aprendizado que temos lá dentro”, revela.

Para Valéria Cristina de Oliveira, terapeuta ocupacional e responsável pelo Centro de Atividades Integradas do Hospital Bezerra de Menezes, a parceria com a Unoeste é extremamente positiva, já que as atividades voltadas para recreação e reabilitação psíquica, por exemplo, são fundamentais para a melhora na qualidade de vida dos pacientes. “A união dos dois trabalhos, tanto dos profissionais do hospital, quanto dos professores e alunos da universidade acarretam em resultados positivos e enriquecedores para os atendidos. São pessoas da área de educação física, então percebemos a didática específica que eles têm para lidar com o paciente de maneira adequada. O professor consegue administrar muito bem o grupo e eles ficam extremamente ansiosos com as aulas. Só vejo como positiva essa parceria até mesmo para que a população externa consiga ver nosso trabalho aqui dentro, é uma maneira de disseminar conhecimento”, salienta.

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