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Caracas, 9 de Janeiro de 2025 – María Corina Machado, uma das principais figuras da oposição venezuelana, foi alvo de um atentado na tarde desta quinta-feira enquanto deixava uma manifestação massiva no município de Chacao, em Caracas. O incidente ocorreu em um contexto de alta tensão política, apenas um dia antes da cerimônia de posse de Nicolás Maduro para um novo mandato presidencial.
Machado, que estava escondida há meses por temer por sua vida devido à perseguição do regime chavista, apareceu publicamente para liderar uma grande marcha de protesto. No entanto, ao sair da concentração, foi violentamente interceptada. Testemunhas e membros da oposição reportaram que agentes do governo dispararam contra as motos que a trasladaban, numa tentativa de capturá-la ou impedir sua fuga.
“Este é um ataque direto da ditadura”, afirmou um porta-voz do Comando Con Venezuela, a plataforma política de Machado, denunciando o incidente como um ato de desespero do regime para silenciar a oposição antes da investidura de Maduro. A líder opositora, conhecida por sua postura firme contra o regime, tem sido um alvo constante de perseguições e detenções arbitrárias.
A comunidade internacional reagiu com preocupação, e vários líderes opositores e organizações de direitos humanos expressaram solidariedade a Machado, exigindo uma resposta contundente contra as violações dos direitos humanos na Venezuela. Nos últimos meses, Machado tem denunciado uma série de ataques contra sua pessoa e seus colaboradores, incluindo o sequestro de membros de sua equipe de campanha e a detenção de seu chefe de segurança, Milciades Ávila, dias antes das eleições presidenciais de julho de 2024.
Este atentado se soma a uma longa lista de atos de repressão contra a oposição venezuelana, que inclui inabilitações políticas, detenções arbitrárias e censura de meios de comunicação. María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição mas foi impedida de concorrer nas eleições presidenciais de 2024 por uma decisão da Justiça alinhada ao governo, continua sendo uma voz crítica e um símbolo de resistência contra o que muitos consideram uma ditadura.
A situação na Venezuela permanece tensa, com a oposição mobilizando apoio tanto local quanto internacionalmente, enquanto o governo de Maduro reforça medidas repressivas para assegurar seu controle. O atentado contra Machado é visto como uma tentativa de intimidar e desmobilizar a oposição em um momento crucial, destacando a escalada da violência política no país.