No noroeste paulista, as paradas nas rotas dos ciclistas viram oportunidades de negócio para os pequenos empreendedores rurais.
Se o argumento de que pedalar faz bem para a saúde não é suficiente, a zona rural oferece outros. Tem o cenário, a tranquilidade e melhores condições do ar. Por essa razão, cada vez mais ciclistas se juntam para percorrer os caminhos de terra batida que antes davam espaço aos carros de boi.
Um dos reflexos desse interesse é a exploração do turismo rural. Os donos de chácaras e sítios viram nesse movimento uma oportunidade de negócio.
Rosimeire Tobiasdeixou a cidade para morar em um sítio no município de Bálsamo (SP). Em um ambiente simples e muito acolhedor, ela começou a servir café para os ciclistas. A iniciativa deu certo e o pequeno espaço construído precisou ser ampliado.
No cardápio, além do tradicional café, Rosimeire serve também bolachas, bolos, lanches e sucos variados.
Hoje a propriedade é um ponto de encontro para a turma do pedal repor as energias. A parada é estratégica, além de uma oportunidade para uma boa conversa e, até mesmo, para recordar o passado no campo, diz Fátima Lemes Vichiato,que é aposentada.
“Esses lugares, no começo do nosso pedal, eram o motivo pelo qual a gente pedalava. Aqui nesses lugares lembram o sítio e a nossa infância”.
Quem está acostumado com a agitação da semana, como o empresário Éder Cristiano Fiaschi, aproveita a folga para fazer um passeio diferente e não deixa de parar para tomar um café. “É sair daquele estresse, da correria que é a cidade e vim para o sítio para a simplicidade”.
A maioria dos ingredientes usados nas receitas vem do sítio de Rosimeire, que tem plantação de mandioca e milho, além de uma horta, que também abastece a cozinha.
Outro ponto de parada dos ciclistas fica em uma propriedade em Guapiaçu (SP). O sítio de mais de 80 anos já teve criação de gado e lavouras de café. Ele foi muito bem preservado e adaptado para ser um ponto de parada para quem segue o trajeto de bicicleta pelas estradas rurais que cortam a região.
Elaine Franco foi uma das primeiras a abrir um negócio como esse. Ela é ciclista e, durante os trajetos, percebeu que a ideia de abrir um café poderia dar certo.
O espaço onde a comida é servida era o antigo curral da propriedade. Pela área estão muitos objetos que fizeram parte da vida no campo e que chamam a atenção de quem passa por lá.
O negócio de Elaine deu tão certo que ela acabou de ampliar as atividades, agora também serve alimentação e bebidas em outro ponto de encontro de ciclistas, às margens de uma estrada rural no município de Mirassol (SP), onde os ciclistas, como Gláucia Dias Faro, que é técnica de enfermagem, faz uma pausa na pedalada para ganhar fôlego e curtir as belezas do campo.
