PF indicia Bolsonaro por supostos crimes sobre cartão vacinal falso

Investigação aponta indícios de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público

 

A Polícia Federal concluiu ter encontrado indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria cometido crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, ao indiciar o antecessor de Lula (PT) no inquérito sobre a falsificação de certificados de vacinas contra covid-19, em 2022.

Além de Bolsonaro, outros 16 investigados foram indiciados, entre eles, seu ex-ajudante de ordens na Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

A PF ainda afirma ter identificados indícios de crime de uso indevido de documento falso, na conduta de Mauro Cid. E o inquérito avança para a Procuradoria-Geral da República, porque caberá ao Ministério Público Federal (MPF) avaliar se denuncia ou não o ex-presidente e os demais indiciados, para serem processados e julgados, caso virem réus.

A investigação identificou um esquema para inserir dados falsos na base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), para que certificados de vacinação contra covid-19 fossem emitidos pelo perfil de usuário do ex-presidente Bolsonaro, no aplicativo ConecteSUS.

Além de Bolsonaro, o esquema teria favorecido as seguintes pessoas que tiveram forjados dados de vacinação: a filha de Bolsonaro, hoje com 13 anos; o próprio Mauro Cid, que foi preso em operação da PF deflagrada em maio do ano passado, a mulher e as três filhas do tenente-coronel.

O presidente afirma não ter sido imunizado, nem falsificado seu certificado ou de sua filha. Mas a PF identificou que um dos certificados de vacina contra covid-19 foi emitido um dia após a inserção de dados indicando sua imunização, no sistema. O caso ocorreu no final de 2022, com o suposto objetivo de garantir que Bolsonaro não tivesse problemas para ingressar com sua família nos Estados Unidos, para onde viajou dias antes do fim do mandato.

A operação sobre a fraude conseguiu manter Mauro Cid preso, entre maio e setembro do ano passado. Após sua libertação, o oficial do Exército firmou acordo de delação premiada, que resultaram na Operação Tempus Veritatis, que investiga Bolsonaro e outras autoridades por suposta tentativa de golpe de Estado, contra a eleição do presidente Lula.

Diário do Poder

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