Professores de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais em todo o Brasil decidiram entrar em greve a partir desta segunda-feira, 15. A categoria está exigindo um reajuste salarial de 22%, que será dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e as outras para 2025 e 2026.
Além da recomposição salarial, a Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) destaca a necessidade de investimentos públicos nas instituições federais de educação. Essa greve foi iniciada pelos servidores técnico-administrativos em educação no dia 11 de março, com a participação de trabalhadores de 50 universidades e quatro institutos. A categoria também está pedindo a reestruturação do plano de carreira para os cargos técnico-administrativos em educação, incluindo a recomposição salarial.
A Andifes, que representa os dirigentes de 69 universidades e os dois centros de educação tecnológica, reforça que a “greve é um direito constitucional garantido aos trabalhadores e as seções sindicais e os servidores têm autonomia para deliberar quanto à participação no movimento”.
O Ministério da Educação (MEC) informou que suas equipes estão participando da mesa nacional de negociação, das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.
Em relação aos cortes na educação, durante o ano de 2024, o governo Lula reduziu verbas do Ministério da Saúde e de bolsas em universidades e na educação básica, entre outras ações. O MEC e a pasta da Ciência e Tecnologia perderam cerca de 280 milhões de reais. As ações relacionadas à pesquisa e assistência estudantil em universidades e no ensino básico foram algumas das mais impactadas.
Dentro do mesmo corte, a verba destinada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sofreu uma redução de R$ 73 milhões, representando cerca de 3,6% dos recursos destinados a esse órgão de incentivo à pesquisa.
As instituições de ensino têm reiterado suas queixas sobre a falta de verba. Em dezembro, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) expressou preocupação com o fato de as universidades receberem uma verba considerada insuficiente.
No âmbito da educação básica, o corte ultrapassou 30 milhões de reais. Aproximadamente metade desse valor estava originalmente destinada à produção e distribuição de material didático.
As instituições ligadas à Andes que anunciam greve na segunda (15)
- Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG);
- Instituto Federal do Piauí (IFPI);
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);
- Universidade Federal de Brasília (UnB)
- Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
- Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
- Universidade Federal de Viçosa (UFV)
- Universidade Federal do Cariri (UFCA)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- Universidade Federal do Pará (UFPA)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
- Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Já estão em greve
- FURG (Universidade Federal do Rio Grande, desde o dia 8
- IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul – campus de Rio Grande), desde o dia 8
- IFSULDEMINAS (Instituto Federal do Sul de Minas Gerais), desde o dia 10
Com deflagração/indicativo de greve após 15/4
- Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ)
- Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão;
- Universidade Federal de Sergipe (UFS);
- Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
- Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Com indicativo/construção de greve aprovada sem data de deflagração
- Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
- Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal do Piauí (UFPI)
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
- Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Em estado de greve
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
- Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
- Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Com informações de O Antagonista