Uma pesquisa do Datafolha revelou que, no Brasil, 1.680 celulares são roubados a cada hora. O estudo entrevistou 2.508 pessoas com mais de 16 anos, abrangendo todas as regiões do país.
Conforme o levantamento, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha de São Paulo, os moradores das capitais são os mais afetados, com 15% dos entrevistados relatando ter sido vítimas desse crime. Nas cidades do interior, esse percentual cai para 6%.
De acordo com os dados, 9,2% dos participantes da pesquisa tiveram seus celulares roubados ou furtados. Esse percentual permite projetar que, durante o período analisado, 14,2 milhões de brasileiros foram vítimas desse tipo de delito.
Os resultados trazem à tona um dado preocupante: em comparação com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o número de roubos e furtos de celulares passou de 107 por hora para 1.680, um aumento de aproximadamente 15 vezes.
A pesquisa aponta que essa discrepância se deve, em grande parte, à alta taxa de subnotificação. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública considera apenas os registros oficiais, como boletins de ocorrência, enquanto a pesquisa Datafolha revelou que apenas 55% dos entrevistados registraram formalmente o roubo ou furto dos aparelhos, resultando em uma subnotificação de 45% dos casos.
Mesmo com a subnotificação, o aumento dos casos é muito superior ao esperado, cerca de 1.570%.
Renato Sérgio Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que a subnotificação pode ser ainda maior, pois algumas pessoas relataram o crime a um policial ou pelo telefone 190, mas não fizeram o registro oficial.
Lima também mencionou a possibilidade de um “efeito telescópio”, onde o entrevistado inclui no período de referência um evento ocorrido há mais de 12 meses, como se tivesse ocorrido mais recentemente.
A pesquisa Datafolha estimou ainda que o prejuízo causado por esses crimes foi de R$ 22,7 bilhões, valor que só fica atrás das perdas financeiras resultantes de golpes com Pix ou boletos falsos, que somaram R$ 25,4 bilhões.
Gazeta Brasil