WESLEY FARAÓ KLIMPEL
Ao menos 27 cidades do interior de São Paulo não terão Carnaval de rua em 2022. O temor é que o evento, sinônimo de aglomeração, favoreça a propagação de Covid. Entre os municípios que cancelaram o evento, estão Mogi das Cruzes, Ubatuba e Taubaté.
O Carnaval de rua de 2022 na capital paulista ainda depende das aprovações dos órgãos de Saúde que avaliam o cenário epidemiológico da pandemia da Covid-19. A prefeitura recebeu 867 inscrições de desfiles de blocos de rua -os cortejos serão entre os dias 19 de fevereiro e 6 de março.
Em Franca, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) anunciou nesta segunda-feira (22) que não haverá eventos promovidos pela prefeitura no Carnaval do ano que vem.
Ele alegou que o trânsito de pessoas de outros municípios para a cidade é uma preocupação, mesmo com a maior parte da população já tendo recebido duas doses da vacina contra a Covid-19.
“Atravessamos a pior fase da pandemia neste ano. Todos nós sofremos muito, perdemos muitas pessoas […] Depois de tanto sofrimento, tanta angústia, dor e esforço, não podemos mais correr riscos”, afirmou o prefeito.
Numa reunião conjunta em Guariba (a 339 km de São Paulo), 12 prefeituras decidiram não realizar o Carnaval do ano que vem, entre elas Jaboticabal, Taquaritinga e Monte Alto.
“Foi decidido por unanimidade que as cidades não realizarão o Carnaval em respeito às vítimas da Covid-19 e também o receio de uma nova onda do coronavírus”, afirmou o prefeito de Guariba, Celso Romano (PSDB).
Na última terça-feira (16), a Secretaria de Cultura de Taubaté se reuniu com os presidentes de escolas de samba e blocos da cidade e informou sobre o cancelamento do Carnaval do ano que vem.
A prefeitura propôs que as escolas organizem ações em suas sedes ou barracões, respeitando as regras sanitárias, e prometeu dar o apoio necessário para isso.
Em nota, a Prefeitura de Mogi das Cruzes diz que a Secretaria de Cultura está estudando formas de suprir a demanda artística.
Prefeituras alegam que “respeitarão” o enlutamento de famílias
Em suas redes sociais, a Prefeitura de Lins afirma que a pandemia ainda não acabou e, por isso, foi cancelado o investimento público. “O ano de 2022 será de apoio e reestruturação dessas entidades [escolas de samba] para que nos próximos anos tudo possa voltar à normalidade.”
Para justificar o cancelamento da festa em Cunha, a prefeitura afirma que, além da possibilidade de um novo surto de Covid, quer respeitar o enlutamento de quem perdeu familiares para o vírus. O argumento é utilizado também pela Prefeitura de Monteiro Lobato.
Já a Prefeitura de Suzano diz que a decisão foi tomada após estudo técnico da Secretaria Municipal de Saúde junto ao Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19).
Para cancelar o Carnaval de 2022, a Prefeitura de São Bento do Sapucaí afirma que levou em conta a dificuldade em controlar e manter os protocolos sanitários com a presença de turistas e moradores.
Em Santo Antônio do Pinhal, a prefeitura cancelou o evento mesmo estando há dias sem registrar casos de Covid. “O Carnaval a gente terá uma próxima oportunidade, quem sabe mais a frente, no segundo semestre, se tudo correr bem. Assim como outras cidades também colocaram essa situação, poderemos fazer um Carnaval fora de época”, disse o prefeito Anderson José Mendonça, o Parrão (PSDB) à rádio Pinhal FM.
Veja, abaixo, as cidades que cancelaram o carnaval
- Suzano
- Franca
- Ubatuba
- Taubaté
- Santo Antônio do Pinhal
- Potirendaba
- Mogi das Cruzes
- Itápolis
- Lins
- Ibitinga
- Cunha
- Monteiro Lobato
- Roseira
- São Bento do Sapucaí
- Guariba
- São Simão
- Dumont
- Barrinha
- Pitangueiras
- Taquaritinga
- Jaboticabal
- Dobrada
- Santa Ernestina
- Monte Alto
- Pradópolis
- Paraibuna
- Natividade da Serra