Estudo considera o tempo de exposição e utiliza processamentos digitas de imagens para detectar a agressão
Processamento digital de imagens, exposição a herbicida e agravo à saúde integram um estudo científico inédito no mundo. A pesquisa demonstra que o produto químico 2,4-D causa lesões nos pulmões e o uso do novo método tecnológico possibilita rapidez e a tomada de decisão mais assertiva em diagnóstico clínico.
Nos últimos cinco anos, uma série de estudos tem sido desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado. Todos orientados pela fisioterapeuta Dra. Renata Calciolari Rossi.
Desta vez, a pesquisa foi do engenheiro industrial Claudio Pedrassoli Júnior, com a dissertação levada à defesa pública na manhã desta quinta-feira (13), com a banca formada pela bióloga Dra. Ana Paula Alves Favareto e a fisioterapeuta Susimary Aparecida Trevizan Padulla, da Unesp.
Elogiado pelas avaliadoras, o trabalho levou em conta que o herbicida 2,4-D, cujo princípio ativo é o ácido diclorofenoxiacético, está entre os produtos mais utilizados pela agroindústria no controle de ervas daninhas em diferentes produções agrícolas, incluindo a cana-de-açúcar, que está em expansão na região do oeste paulista.
Outra questão levada em consideração está na correlação das áreas de saúde e de computação com a finalidade de melhorar parâmetros relacionados a diagnóstico médico, tendo como um dos métodos o processamento digital por imagens, capaz de extrair dados de forma automática.
Conforme o autor do estudo e de sua orientadora, até o momento há escassez de literatura científica sobre a utilização de tal método no que refere, especificamente, à análise histopatológica do epitélio respiratório, a mucosa que começa na cavidade nasal e estende-se até os brônquios.
Foram utilizados como modelo experimental 40 ratos de laboratório expostos a nebulizadores ultrassônicos durante seis meses, divididos em grupos com baixa, média e alta concentração do herbicida, além do grupo controle sem qualquer exposição. A análise comparativa foi feita com a coleta do tecido pulmonar.
O método computacional possibilitou detectar alvéolos íntegros e saudáveis e alvéolos lesados devido a exposição inalatória do herbicida, perante sua classificação de toxidade e o período prolongado de exposição, comparando os 60 dias do estudo atual aos 7 dias no primeiro estudo finalizado em 2016.
Pedrassoli Junior afirmou que as imagens possibilitaram distinguir os tecidos lesionados e os sem lesão, atestando que o protocolo digital é viável. A Dra. Susimary classificou o trabalho como muito rico e fez uma série de arguições. Entre suas considerações, a Dra. Ana Paula disse que o método é mais rápido e eficiente que a análise clássica.
Para a Dra. Renata é importante observar que a exposição prolongada ao herbicida causa agressão ao pulmão e constata que o uso da tecnologia no diagnóstico de doenças é fundamental para auxiliar no diagnóstico do especialista, de forma mais rápida. Durante a defesa da dissertação, citou importantes contribuições.
Uma delas foi do coorientador Dr. Danillo Roberto Pereira, na condição de professor do programa de mestrado ambiental, e outra do Dr. Francisco Assis da Silva, ambos graduados em ciência da computação e vinculados à Faculdade de Informática (Fipp) da Unoeste.