Na comunidade da Vicentina, em São Leopoldo, RS, a tragédia das enchentes deixou um rastro de destruição e dor. Relatos de sobreviventes como Gicele Cristina Lima da Silva, manicure de 57 anos, revelam a dimensão do caos vivido pela população.
“Muitos corpos boiando, de crianças e adultos. Casas que não foram abertas para não ter os corpos perdidos. Amigos se foram, amigos se salvaram. E a gente está vivo aqui, é o que importa”, desabafou Gicele em entrevista publicada no portal R7.
Ela descreveu o momento em que a água invadiu sua casa, deixando a família em estado de pânico. “A água estava tapando os nossos pés e, quando a gente viu, já estava no forro. A gente viu a nossa casa ser tomada”, recordou.
A espera por resgate foi angustiante, mas Gicele e seus familiares decidiram não partir sem seus animais de estimação. “Decidimos que, sem os animais, a gente não ia sair”, ressaltou.
A situação no Rio Grande do Sul é alarmante, com mais de 440 municípios afetados pelas fortes chuvas. Os números da Defesa Civil impressionam: 147 mortes confirmadas, 127 pessoas desaparecidas, mais de meio milhão de desalojados e uma população afetada que supera os 2 milhões.
Além das perdas humanas e materiais, a catástrofe comprometeu o abastecimento de serviços essenciais. Milhares de casas estão sem eletricidade e água, enquanto a infraestrutura de transporte enfrenta bloqueios em mais de 100 trechos de rodovias.
Equipes de resgate relatam uma tarefa árdua, com tentativas de salvar sobreviventes em áreas de difícil acesso. O cheiro nauseante de corpos em decomposição entre os destroços aumenta a gravidade da situação.
Enquanto isso, o nível do lago Guaíba continua a subir, atingindo 4,94 metros até o momento. As previsões indicam que o rio pode alcançar 5,5 metros nas próximas horas, agravando ainda mais a crise enfrentada pelos gaúchos.
Diante dessa tragédia, a solidariedade e ações de ajuda se tornam essenciais para amenizar o sofrimento daqueles que perderam tudo. O Rio Grande do Sul clama por apoio e assistência para se recuperar dessa terrível adversidade.
Gazeta Brasil