Eles moram em uma ocupação no Jardim Centro-Oeste e pedem a presença da Energisa
Aproximadamente 500 moradores de uma ocupação no Jardim Centro-Oeste fecharam o trânsito na BR-163, saída para São Paulo, em Campo Grande. O protesto é contra os cortes de energia realizados na manhã desta quinta-feira (11). No local há aproximadamente 6 quilômetros de congestionamento nos dois sentidos da via, segundoa PRF (Polícia Rodoviária Federal)
No local além dos manifestantes e da PRF, estão no local a PM (Polícia Militar) e o Corpo de Bombeiros. E representantes da Defensoria Pública estariam a caminho.
A PRF se reuniu com os moradores e pediu para que houvesse a liberação das pistas por 30 minutos, mas eles não aceitaram o pedido. “Não queremos nada de graça. Queremos pagar conta, mas a Energisa tem que vir aqui e falar que vão ligar nossa energia”, disseram ao Jornal Midiamax.
Além da empresa Energisa, os moradores pedem que o prefeito da Capital também compareça ao local. “Só vamos sair daqui se vier um representante da Prefeitura e da Energisa. Vieram pela manhã, sem aviso, cortaram nossa energia, mesmo tendo criança, idoso. Precisando de luz pro equipamento de insulina, nós queremos que regularizem nossa situação. Não é justo fazer isso, não somos cachorros”, disse a manicure, Marluce Guerreiro de Almeida, 44 anos.
Para o cabeleireiro Wellington Barboza, 40 anos, o fato de ser uma ocupação não justifica não ter um padrão de energia, já que em outros locais de moradia irregulares tem. “Queremos um padrão, a gente não quer nada de graça, a gente quer pagar a conta. No Samambaia tem ordem de despejo, mas eles tem água e luz, tudo regularizado”.
No momento os dois sentidos da via estão parados, e não há previsão de liberação do trânsito.
Cortes de energia
Na manhã desta quinta, aproximadamente 1,3 mil moradores da ocupação tiveram a energia elétrica cortada. Segundo as informações, eles tinham ‘gatos’ de energia em suas residências.
Além das equipes da Energisa, duas viaturas do Batalhão de Choque fizeram um trabalho preventivo e acompanharam a operação. Os moradores reclamam da dificuldade de viver sem energia elétrica e afirmam que sempre pediram por ligações regulares, mas que precisariam de uma autorização da Prefeitura de Campo Grande, considerando que a área é uma ocupação.
“Ninguém recusa pagar a energia, já procuramos Energisa para tentar ligação, mas não teve autorização da prefeitura”, diz a desempregada Alexandra de Lima Coelho, 35 anos. Segundo a moradora, muitas famílias têm crianças, mulheres grávidas e até um idoso que precisa de um respirador, portanto a comunidade não pode ficar sem energia.
Uma das líderes da comunidade, a dona de casa Elizângela Madalena Prudência, de 40 anos, afirma que a operação pegou a comunidade de surpresa. Ela ressalta que é preciso regularizar a área para que a ligação de energia seja feita. Segundo ela, a favela conta com 2,4 mil famílias.
* Matéria editada às 15h14 para acréscimo de informações.
Jornal Midiamax.