Antônio Andrade, de 56 anos, foi sepultado nesta quinta-feira (18), no Cemitério da Igualdade, em Presidente Epitácio. Ele deixa esposa e duas filhas.
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A pandemia de coronavírus, que tem assombrado a vida das pessoas, fez mais uma vítima fatal em Presidente Epitácio (SP).
O motorista de ambulância aposentado Antônio Andrade, de 56 anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (18). Um cortejo de ambulâncias feito pelos colegas de trabalho prestou-lhe a última homenagem no Cemitério da Igualdade.
Antônio Andrade, nascido em Presidente Epitácio, trabalhou como motorista de ambulância no município por aproximadamente 17 anos. No entanto, há cerca de dois anos teve de deixar o trabalho por conta da amputação de uma de suas pernas, devido a complicações da diabetes.
Andrade era casado e da união nasceram duas filhas. A esposa e as filhas não puderam acompanhar a homenagem dos amigos no cemitério, pois cumprem o isolamento domiciliar.
Ao G1, Aroldo José de Oliveira Costa, amigo da vítima há mais de 10 anos, contou que Andrade foi diagnosticado com a Covid-19 e cumpria o isolamento domiciliar. Ele foi levado ao hospital depois de se sentir mal, mas na unidade não resistiu e faleceu.
“Ele não chegou a ser internado. Depois que foi diagnosticado, cumpria a quarentena na casa dele”, acrescentou.
Quando trabalhava como motorista de ambulância, Andrade ficava responsável por transportar os pacientes para consultas em Dracena (SP).
“Sempre foi uma pessoa muito prestativa. Não media esforços para ajudar quem fosse preciso. Tratava todos com respeito, sempre fazia bem ao próximo, pois era nisso que ele acreditava”, falou o amigo da vítima ao G1.
Devido à amputação de uma das pernas, Andrade teve de ser afastado do cargo, mas nunca deixou de estar presente na vida dos colegas de profissão. Foi no trabalho que ele fez grandes amigos.
“Estava em todas as nossas confraternizações, nunca deixou de estar presente em nossas vidas. Tínhamos muito carinho por ele e por isso fizemos esse cortejo para homenagear o que ele significa para cada um de nós. Perdemos um grande amigo, vai fazer falta”, disse Costa ao G1.
Estar na linha de frente da batalha contra o coronavírus é algo assustador para muitos, no entanto, quando a perda de uma pessoa próxima acontece por conta do vírus, o medo fica ainda maior.
“Nós estamos na linha de frente e, quando acontece a morte de alguém tão próximo, a preocupação fica ainda maior. Estamos todos vacinados, mas não sabemos até onde vai a eficácia. Por isso, o medo aumenta. Vemos diariamente os hospitais lotados por conta da doença. A situação está muito difícil”, pontuou Costa ao G1.
O mais recente boletim epidemiológico, atualizado nesta quarta-feira (17), indica que Presidente Epitácio já registrou 1.368 casos confirmados de Covid-19 e 40 mortes provocadas pela doença.