Mulher e companheira são presas suspeita de matar filho de 7 anos e jogar o corpo no rio

Segundo a polícia, criança sofria tortura física e psicológica. Corpo de Bombeiros faz buscas para encontrar o corpo.

Uma mulher de 26 anos e sua companheira foram presas em flagrante, suspeita de matar o filho de 7 anos e jogar o corpo em um rio em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues teria dado remédios para a criança. De acordo com a polícia, o menino vivia sob intensa tortura física e psicológica.

Na tarde desta sexta (30), a prisão foi convertida em preventiva e ela foi encaminhada ao Presídio de Torres. Segundo o delegado responsável pelo caso, Antonio Carlos Ractz, em depoimento à polícia, a mulher confessou o crime.

“Colhendo os depoimentos nós já pudemos apurar, inclusive contando com a confissão dela com a presença de advogado, que a criança vivia sob tortura, física e psicológica”, diz.

O advogado de defesa da mulher e da companheira dela, Bruno Vasconcellos, informou que só vai se manifestar nos autos do processo.

Mãe foi presa e encaminhada ao Presídio de Torres nesta sexta (30) — Foto: Jonas Campos/RBS TV

Mãe foi presa e encaminhada ao Presídio de Torres nesta sexta (30) — Foto: Jonas Campos/RBS TV

 

De acordo com a Brigada Militar e a Polícia Civil, Yasmin teria ido até a Delegacia de Polícia de Tramandaí na noite de quinta-feira (29) para registrar que o filho estava desaparecido há dois dias, em Imbé.

“Ao anoitecer de ontem [quinta], a mãe dessa criança, com a sua companheira, procurou a DPPA de Tramandaí, afim de registrar uma ocorrência policial de desaparecimento de seu filho. Alegou que o filho havia desaparecido há dois dias e que ainda não havia procurado a polícia porque pesquisou no Google e viu que teria que aguardar 48h. E começou a apresentar uma série de contradições, o que levou desconfiança da BM e PC”, diz o delegado.

Mala onde corpo da criança foi colocado para ser transportado, segundo a polícia — Foto: Alfredo Pereira / RBS TV

Mala onde corpo da criança foi colocado para ser transportado, segundo a polícia — Foto: Alfredo Pereira / RBS TV

 

Após o registro foram feitas buscas na casa da suspeita. No local, a polícia encontrou uma mala que teria sido usada para transportar o corpo do menino até o local onde ele foi jogado, no Rio Tramandaí, no limite entre Tramandaí e Imbé.

Segundo Ractz, a mulher informou que na noite do crime, quarta-feira (28), administrou medicamentos para a criança, e não tendo convicção de que estava morta, decidiu ocultar o corpo.

“Para fugir, com medo da polícia, saiu de casa, pegando ruas de dentro, não as avenidas principais, levou a criança dentro de uma mala na beira do rio, e jogou o corpo. Repito, ela não tem convicção de que o filho estava morto”, afirma o delegado.

O Corpo de Bombeiros faz buscas pelo corpo do menino. Estão sendo utilizadas moto-aquáticas, botes, lanchas e um drone para os locais de difícil acesso. Conforme a corporação, há bastante mata e vegetação costeira, que dificultam as buscas.

A mulher foi autuada em flagrante por homicídio qualificado, com agravante por ocultação de cadáver. De acordo com a polícia, a situação da companheira está sendo analisada porque ela seria autista.

Tortura física e psicológica

 

O delegado destaca que a criança sofria tortura física e psicológica por parte da mãe.

“O que já está claro e nós vamos confirmar durante as investigações é que a criança vivia sobre intensa tortura física e psicológica. Era desnutrida, embora tivesse matriculada na escola, não tinha amigos, não frequentava lugar algum, era trancada em um cômodo da casa, posta de castigo, trancada amarrada dentro de um roupeiro”, descreve.

Em depoimento, Yasmin teria alegado que o filho era fruto de um estupro.

“Primeiro disse que era fruto de um estupro, mas ela morava com esse namorado na casa dos próprios pais, então a história já não se confirma. Ela tem um perfil de psicopata. Durante toda a minha carreira, eu não havia me deparado com alguém tão frio”, afirma Ractz.

Durante todo o interrogatório, segundo o delegado, a mulher não demonstrava nenhum sentimento pelo filho. “A preocupação é com a companheira, não com a criança. Ela declarou que o filho atrapalhava ela”, diz.

A polícia vai apurar fatos anteriores à morte, inclusive se houve omissão de familiares no tratamento com a criança.

Por G1

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