‘Não é hora de pensar em carnaval’, diz chefe de comitê científico de SP

Carnaval em SP: ‘É precoce pensar em uma situação de multidões, mesmo daqui a 3 meses’, diz porta-voz da Saúde do governo

Coordenador do Comitê Científico contra a Covid-19 declarou que ‘não é o momento de pensar nas grandes aglomerações do carnaval’. Governador disse que decisão cabe às prefeituras.

O coordenador do Comitê Científico contra a Covid-19 do governo de São Paulo, Paulo Menezes, declarou nesta quarta-feira (24) que é “precoce pensar em uma situação de multidões nas ruas, com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses”.

“Hoje, eu entendo, e acho que posso falar em nome do comitê cientifico, que não é o momento de pensar nas grandes aglomerações do carnaval“, disse Menezes em coletiva de imprensa.

 

Apesar disso, o governador João Doria (PSDB) disse, na mesma coletiva de imprensa, que as decisões sobre a organização do carnaval em meio à pandemia de Covid-19 cabem às prefeituras do estado, e que elas podem adotar medidas mais rigorosas do que as implementadas pelo governo estadual.

“A decisão pertence a cada prefeitura, elas têm autonomia para essa decisão”, disse Doria.

“Nós, como governo do estado, temos sempre a medida da cautela, da prudência para que prefeitos e prefeitas possam agir dentro de um campo seguro e adequado. Prefeituras podem ser mais rigorosas do que o governo do estado, não podem ser menos rigorosas”, completou.

 

A discussão sobre o carnaval no estado de São Paulo ocorre em meio a anúncios de diversas prefeituras que decidiram não organizar o evento no ano que vem por conta da pandemia (leia mais abaixo).

Para o coordenador do comitê de Saúde, Paulo Menezes, ainda que as perspectivas sejam boas, não é possível afirmar que o estado está livre da pandemia.

Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico contra a Covid-19, participa de coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta feira (17 de novembro).    — Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico contra a Covid-19, participa de coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta feira (17 de novembro). — Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

“Temos boas perspectivas, como já foi colocado hoje, o avanço da cobertura vacinal no estado de são Paulo, ele é exemplo pro mundo e mais ainda, o que nós temos de exemplo é conjugar o avanço da cobertura vacinal com outras medidas que tem garantido o nosso sucesso no enfrentamento da pandemia até esse momento. Nós não podemos nos enganar que estamos livres da pandemia, livres do coronavírus, ele está circulando, por isso nós estamos mantendo as medidas com cautela e progressivamente”, disse Menezes.

“O carnaval movimenta milhões e milhões de pessoas, brasileiros e pessoas do exterior, em todo o país, de forma que vamos aguardar, estamos confiantes que talvez possamos ter uma situação mais favorável ao final de fevereiro, mas neste momento precisamos continuar com segurança”, completou.

Ao menos 70 cidades do estado de São Paulo já decidiram cancelar o carnaval em 2022 por conta da pandemia.

Além da falta de verba para a realização das festas, as prefeituras também temem que a festa possa gerar uma nova onda de contaminação do coronavírus e volte a elevar o número de casos e óbitos.

Liberação da máscara

 

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta que vai liberar a obrigatoriedade do uso da máscara em ambientes externos a partir do dia 11 dezembro, mesmo não tendo atingido a meta estipulada pela própria gestão estadual de redução de indicadores da pandemia.

  • 5 motivos para continuar usando máscara contra a Covid-19

 

O uso continua obrigatório em áreas internas e no transporte público, inclusive dentro das estações e terminas de ônibus.

A média móvel diária de mortes registrada no estado foi de 61 nesta quarta-feira (24). O valor é 34% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de alta na pandemia. Já a média diária de casos é de 1.289, valor 10% maior do que o de 14 dias, o que aponta tendência de estabilidade.

De acordo com Doria, o estado deve atingir a meta de 75% da população vacinada nesta quinta-feira (25).

Embora a liberação do uso da máscara seja uma orientação para todo o estado, as prefeituras têm autonomia para decidir continuar com a obrigatoriedade por mais tempo.

Por G1

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