Marcelo Creste diz que possibilidades de implantação de mais leitos de UTI são remotas e agora tudo depende do comportamento da sociedade
Após o governo do Estado anunciar, nesta tarde, a regressão do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) para a fase vermelha do Plano São Paulo, o MPE (Ministério Público Estadual) emitiu uma nota à sociedade civil em que aponta que a permanência da região nesta fase, com início na segunda-feira, “pode ser longa e tudo indica que será”, considerando que “são remotas as possibilidades de implantação de mais leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] Covid na região, tendo em vista as dificuldades técnicas encontradas, em especial a contratação de profissionais de saúde capacitados e treinados para o atendimento em UTI Covid”.
O documento, assinado pelo promotor Marcelo Creste, defende que o retorno mais célere da região às fases menos rigorosas do Plano São Paulo (laranja e amarela), que aliviará a economia regional, dependerá do comportamento da sociedade. “Convém ainda lembrar que em 5 de fevereiro a região foi inserida na fase amarela do Plano São Paulo apenas porque foram implantados mais 20 leitos de UTI Covid e não porque houve queda do número de casos novos e de internações diárias, que se mantiveram em curva ascendente, tanto que, agora, a região novamente e em pouco tempo é inserida na fase vermelha”, argumenta o promotor.
Creste destaca, nesse sentido, a importância de as pessoas, embora cansadas do vírus, circularem o mínimo possível e não promoverem aglomerações, em especial aquelas com interação social. “Infelizmente, a despeito de todas as orientações e advertências, as pessoas ainda lotam bares; fazem festas, muitas delas clandestinas; realizam ‘pancadões’ e ‘baladas’, principalmente em chácaras e ranchos, cujos proprietários também dão de ombros para a pandemia. Esse comportamento social é criminoso e egoísta, que demonstra o desprezo pela vida e a banalização da morte. Este tipo de comportamento lota hospitais e promove a morte de dezenas de pessoas”, completa.
O promotor lembra que, ao contrário de outras cidades, como Jaú, Bauru e Araraquara, a cidade de Presidente Prudente e seu entorno ainda não sentiram o impacto da cepa amazônica do coronavírus, que é mais infectante e mais agressiva. “Mas, infelizmente, isso é questão de tempo. Quando ocorrer, será catastrófico se coincidir com a região ostentando a taxa de 91,35% de ocupação de leito UTI Covid. Infelizmente, o Brasil é campeão em construir tragédias anunciadas. Que isso não ocorra na região de Presidente Prudente”, pontua.