PF faz megaoperação para prender 31 suspeitos de vender 43 mil armas a facções brasileiras

Na manhã desta terça-feira (05), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país (PCC e CV), movimentando R$ 1,2 bilhão.

São cumpridos pela PF 25 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 52 mandados de busca e apreensão em 3 países: Brasil, Estados Unidos e Paraguai, onde está o principal alvo da operação, Diego Hernan Dirísio, que ainda não foi encontrado.

Dirísio é considerado pela PF o maior contrabandista de armas da América do Sul.

Até agora, 5 envolvidos no crime foram presos no Brasil e 11 no Paraguai.

A Justiça da Bahia, que conduz a operação da PF, determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam extraditados para o Brasil.

A investigação da Polícia Federal começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.

As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.

3 anos mais tarde, a cooperação internacional que resultou na operação da PF indica que um homem argentino, dono de uma empresa chamada IAS, com sede no Paraguai, comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

De acordo com a Polícia Federal, de novembro de 2019 a maio de 2022, a empresa de Diego Hernan Dirísio importou 7.720 pistolas de uma fabricante na Croácia, bem como a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Techa e mais 5 mil rifles, pistolas e revólveres produzidos na Turquia.

1.200 pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia, dando um total de 16.669 armas.

Após a compra, as armas eram vendidas para facções brasileiras, em especial de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ).

O esquema envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA.

As investigações da PF indicam ainda que havia corrupção e tráfico de influência na Direccion de Material Belico (DIMABEL), órgão paraguaio responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas, facilitando o funcionamento do esquema.

Gazeta Brasil

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