Potencial instalado na 10ª RA passou a gerar de 47 kW (quilowatts) para 3.946 kW em três anos, cifra que coloca a área como a sexta maior do Estado em 2018
A utilização de energia solar, logo de imediato, pode promover uma economicidade de até 95% na conta paga mensalmente. Em comparação com a quantidade populacional, o número de unidades, seja comercial ou residencial, que possuem o sistema, ainda é inferior ao tradicional. Contudo, os números de uma pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), mostram que o potencial instalado na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, cuja sede é Presidente Prudente, é 83 vezes maior se comparado aos anos de 2015 e 2018. E foi o que o estudo fez, mostrando uma evolução na geração de 47 kW (quilowatt) para 3.946 kW nesses três anos. Tal cifra coloca a região como a sexta maior do Estado no ano passado.
Para tanto, a Fundação baseou-se nos números da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). E uma vez constatado que o potencial energético cresceu, isso quer dizer que o número de unidades consumidores também evoluiu. A quantidade, que antes se resumia a cinco, na soma das 53 cidades da região hoje é 563. E nesse quesito, a região fica com a quinta maior do Estado.
Para quem atua no mercado, a percepção dessa evolução é mais nítida. A Prudente Solar, por exemplo, consegue afirmar que o interesse e a instalação das placas fotovoltaicas estiveram e continuam em ascensão. Quem assegura isso é a gestora administrativa da empresa, Sandra Santos, que aponta ainda a busca por informação e a divulgação como as culpadas por esse crescimento. “A economia pode chegar a 95%, pagando somente o mínimo, por estar ligado ao sistema. Isso é necessário. E a partir de R$ 8 mil já pode ser feita a instalação. Mesmo parecendo alto, é um valor que retorna e vale a pena ser investido”, completa. De acordo com ela, esse valor vai variar conforme o consumo do imóvel e não do tamanho em m² (metros quadrados).
Economia
Mas no caso do Marco Antônio Martins, que técnico em informática, o retorno não foi o que fez ele crescer os olhos para o uso da energia solar. À reportagem ele afirma que a economia e a autonomia de saber o que pode ser gasto e pago foi o que mais interessou. “Com as placas você consegue controlar remotamente os dados de produção”, argumenta.
Em termos financeiros, há três meses com as placas, a economia chegou a aproximadamente R$ 560 para ele. Isso porque ele conta que, na média de consumo dele, estava acostumado a pagar entre R$ 280 e R$ 300 por mês. Com a mudança, o valor chegou a R$ 56. “O desconto só não foi maior por conta da época do ano. Então, eu aprovo sim e recomendo. A expansão desse sistema é nítida e merece mais incentivo”, finaliza.
Saiba mais
O estudo da Fundação Seade avaliou não só a energia solar, mas também a hídrica, térmica-biomassa, eólica e a não renovável térmica-combustíveis fosseis, mas que são inexistentes na região. Ou seja, na 10ª RA, a alternativa se resume à fotovoltaica, contudo, como noticiado por esse diário, julgada pela capacidade de produção que pode chegar a 10 milhões de metros cúbicos por dia, a região se tornará em breve a primeira na distribuição de biometano no país. Mas as empresas GasBrasiliano e a Usina Cocal, que são as responsáveis, afirmam que a situação ainda está na fase “burocrática de licenças”.