Funcionários federais dos órgãos ambientais de 11 estados brasileiros anunciaram nesta sexta-feira (14) uma greve geral a partir de 24 de junho. A Ascema Nacional, representante dos servidores, informou que a paralisação já conta com adesão nos estados do Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, Bahia e Santa Catarina, que iniciarão a greve em 1º de julho. O Ceará votou contra a greve. As informações são do Diário do Poder.
A associação indica que mais estados podem se juntar à greve até o final do dia, prazo final para as assembleias estaduais. A possibilidade de greve já havia sido sinalizada na semana anterior, após o término das negociações salariais pelo Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, que ocorriam desde o final de 2023.
Os servidores reivindicam melhorias salariais e reestruturação de carreira, buscando reduzir a disparidade entre os salários de níveis médio e superior.
A Ascema relata que os servidores ambientais estão desmotivados pela diferença entre as responsabilidades e a remuneração. Eles realizam tarefas de regulação, auditoria, gestão de políticas públicas, licenciamento e fiscalização, mas não recebem compensação adequada, gerando grande insatisfação. A associação compara os salários com outras carreiras públicas, destacando a diferença salarial e a falta de reconhecimento dos profissionais ambientais. Eles buscam equiparação salarial com a Agência Nacional de Águas (ANA), onde um analista ambiental ganha cerca de R$ 15 mil, enquanto um especialista em regulação da ANA recebe R$ 22,9 mil.
A mobilização dos servidores, que já impacta a emissão de novas licenças e a análise de empreendimentos licenciados desde janeiro, afetou principalmente o setor de petróleo e gás. A greve pode atrasar a operação de plataformas planejadas para este ano e o próximo, bem como a interligação de novos poços às unidades de produção. Atualmente, 12 projetos dependem de licença prévia do Ibama, e três aguardam licença de instalação. O projeto de Produção de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, aguarda licença de operação e tem investimentos previstos de US$ 8 bilhões
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