Inpe confirmou nesta sexta-feira, 3, que fevereiro de 2023 teve recorde de degradação na Amazônia Legal
Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira, 3, mostram que 291 quilômetros quadrados (km²) foram desmatados na Amazônia Legal em fevereiro. É o maior alerta de desmatamento já registrado para o mês de toda a série histórica, iniciada em 2015, segundo os dados do Inpe. Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento das áreas desmatadas foi de quase 50%
O recorde negativo deste ano era conhecido desde 17 de fevereiro, quando dados parciais já mostravam um desmatamento sem precedentes no segundo mês do governo do presidente Lula e de Marina Silva como ministra do Meio Ambiente.
Questionada sobre a razão do aumento do desmatamento em sua gestão, que prometia rigor com os criminosos e sempre acusou o antecessor, Jair Bolsonaro, de conivência com a degradação da Amazônia, Marina disse que o recorde foi um “ato de revanche”.
O desmatamento em fevereiro, no primeiro ano do governo de Lula, é 92 km² maior que no mesmo período do último ano de Bolsonaro. O crescimento foi de 46%.
- 2016 — 115 km²
- 2017 — 101 km²
- 2018 — 146 km²
- 2019 — 138 km²
- 2020 — 186 km²
- 2021 — 123 km²
- 2022 — 199 km²
- 2023 — 291 km²
O desmatamento na Amazônia Legal é monitorado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que emite sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²).
O devastação observada em fevereiro corresponde ao tamanho da cidade de João Pessoa, na Paraíba. A Amazônia Legal representa 59% do território brasileiro e engloba a área total de oito Estado (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
O Estado com maior volume de área desmatada em fevereiro foi Mato Grosso (145 km²), seguido de Rondônia (24 km²), Pará (45 km²), Roraima (31 km²) e Amazonas (42 km²).
Em janeiro, os dados do Inpe mostraram queda do desmatamento, na comparação com janeiro de 2022 — de 167 km². Porém, especialistas disseram que possivelmente a cobertura de nuvens impediu a correta aferição das áreas degradadas, que podem ter sido registradas agora em fevereiro.
Revista Oeste