A vacina tríplice viral deve ser recebida quando a criança completa um ano
O aumento do número crescente dos casos de sarampo no Brasil preocupa o Ministério da Saúde, mas parece não convencer os críticos da vacinação. Para especialistas, a desinformação e os boatos tornam o quadro grave. Além da expansão do surto da doença, a redução no número de crianças imunizadas com a vacina tríplice viral, que previne sarampo, caxumba e rubéola, é preocupante e levanta a necessidade de uma campanha de conscientização, na opinião do pediatra Paulo Cesar Guimarães.
“É necessário salientar que a importância de crianças e adultos receberem as doses da tríplice viral é imensa. Basta conferir o histórico de casos no país para identificar que o sarampo e as outras doenças são patologias que já foram extremamente frequentes no passado. Não dá para retrocedermos, deixar em risco o próximo por falta de vacinação”, diz o médico, que é membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro.
No Calendário Nacional de Vacinação, a tríplice viral deve ser recebida quando a criança completa um ano. Hoje, as pessoas de 5 a 29 anos que não tomaram a vacina precisam de duas doses da tríplice, com um intervalo de 30 dias, para garantir a imunização.
“Sarampo pode matar. Não é uma doença de pele como muitas pessoas acreditam. Pode levar a uma encefalite, que é infecção e inflamação no encéfalo, e também provocar um processo pneumônico grave, além de problemas sistêmicos preocupantes”, conta Paulo Cesar Guimarães, que é professor e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. “Os adultos que não foram vacinados precisam receber a vacina. As mulheres que não receberam a vacinação podem gerar problemas sérios nos fetos, com doenças congênitas como microcefalia, catarata, retardo mental e meningite.”
O infectologista orienta os pais a levarem sempre as crianças nas campanhas de vacinação, mesmo que ela esteja totalmente vacinada, pois pode ser que precise de um reforço: “Às vezes, a pessoa pensa que o filho está vacinado contra tudo, mas levando na campanha, que é grátis, os profissionais vão rever o calendário de vacinação para certificar de que está tudo realmente completo.” Para ele, é importante que exista uma participação objetiva dos pais nas campanhas, para evitar problemas como o enfrentado agora com a volta do sarampo.
“As vacinas foram lançadas após muitas pesquisas e estão evitando muitos casos de óbitos, no Brasil e em vários países do mundo. As contraindicações são mínimas. As falsas notícias contra a vacinação só atrapalham a população e aumentam os problemas de saúde no país, que não são poucos”, ressalta Paulo Cesar Guimarães.
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