Universidades federais decidem que greve continuará mesmo após acordo do governo com sindicato

Apesar do acordo entre o governo Lula e o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), um dos sindicatos que representa a classe, os professores de universidades e institutos federais decidiram manter a greve por reajuste salarial.

Nesta terça-feira (28), todas as 63 instituições de ensino, que estavam paralisadas nos últimos 55 dias, realizaram assembleias para deliberar sobre o retorno às atividades. No entanto, todas optaram por continuar em greve. Entre as instituições afetadas estão a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Ufba (Universidade Federal da Bahia). Além disso, houve uma nova adesão ao movimento nesta tarde: a UFPI (Universidade Federal do Piauí).

A decisão dos docentes está alinhada com as expectativas do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), outra entidade com protagonismo nas negociações salariais. O Andes rejeitou a proposta salarial da gestão Lula (PT), alegando que o acordo assinado pelo Proifes não atende às demandas dos servidores e “afronta as decisões das bases em greve”, conforme afirmou o presidente da entidade, Gustavo Seferian.

Os servidores reivindicavam um reajuste de 7,06% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. No entanto, o governo negou qualquer aumento ainda neste ano, oferecendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

A estratégia do Andes agora é demonstrar força em Brasília para forçar uma nova rodada de negociações. O grupo avalia que o processo de negociação fortaleceu o movimento e enfraqueceu o governo. Após os recentes acontecimentos, Lula não pode mais se autodenominar defensor da educação.

O presidente enfrentou protestos de professores e estudantes durante suas agendas no fim de semana. Na quinta-feira (23), Lula declarou: “Eles [os servidores] pedem quanto querem, e a gente [governo] dá o que pode”.

Para os sindicalistas, é hora de apresentar outras exigências, como a recomposição do orçamento das universidades federais, que vem sofrendo queda nos últimos anos. A Unifesp e a UFRJ, por exemplo, já anunciaram que estão em situação de calamidade financeira.

Universidades e institutos federais que seguem em greve*

  1. Universidade Federal do Rio Grande
  2. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
  3. Universidade Federal do Ceará
  4. Universidade Federal do Cariri
  5. Universidade de Brasília
  6. Universidade Federal de Juiz de Fora
  7. Universidade Federal de Ouro Preto
  8. Universidade Federal de Pelotas
  9. Universidade Federal de Pelotas
  10. Universidade Federal de Viçosa
  11. Universidade Federal do Espírito Santo
  12. Universidade Federal do Maranhão
  13. Universidade Federal do Pará
  14. Universidade Federal do Paraná
  15. Universidade Federal do Sul da Bahia
  16. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
  17. Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  18. Universidade Federal de Rondônia
  19. Universidade Federal de Minas Gerais
  20. Universidade Federal de Minas Gerais
  21. Universidade Federal de Roraima
  22. Universidade Federal de São João del-Rei
  23. Universidade Federal de Pernambuco
  24. Universidade Federal de Catalão
  25. Universidade Federal do Oeste da Bahia
  26. Universidade Federal de Santa Maria
  27. Universidade Federal de Tocantins
  28. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  29. Universidade Federal Fluminense
  30. Universidade Federal de Alagoas
  31. Universidade Federal do Agreste de Pernambuco
  32. Universidade Federal Rural de Pernambuco
  33. Universidade Federal de São Paulo
  34. Universidade Federal da Bahia
  35. Universidade Federal do ABC
  36. Universidade Federal Rural da Amazônia
  37. Universidade Federal Rural da Amazônia
  38. Universidade Federal de Campina Grande
  39. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  40. Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  41. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  42. Universidade Federal do Acre
  43. Universidade Federal de Lavras
  44. Universidade Federal de São Carlos
  45. Universidade Federal de Goiás
  46. Universidade Federal de Santa Catarina
  47. Universidade Federal do Amapá
  48. Universidade Federal do Sergipe
  49. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  50. Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  51. Universidade Federal do Oeste do Pará
  52. Universidade Federal de Mato Grosso
  53. Universidade Federal de Uberlândia
  54. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  55. Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri
  56. Universidade Federal do Piauí
  57. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais
  58. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
  59. Instituto Federal do Piauí
  60. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste
  61. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense
  62. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
  63. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

Com informações de O Globo

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