EUA denunciam as perseguições contra padres católicos na Nicarágua

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, denunciou nesta segunda-feira (15) as perseguições contra padres católicos por parte do regime de Daniel Ortega na Nicarágua, no seu relatório anual sobre a liberdade religiosa, que inclui também abusos na China, Irã e Rússia.

“Os defensores dos direitos humanos deram o alarme pelos ataques contra a Igreja Católica por parte do regime de Ortega na Nicarágua”, disse o líder da diplomacia dos Estados Unidos em entrevista à imprensa.

No país já ocorreram mais de 160 ataques contra membros da igreja, disse o secretário, segundo dados da ativista nicaraguense Martha Patricia Molina.

Entre eles, o ministro das Relações Exteriores citou o caso da “detenção injusta” do bispo Rolando José Álvarez Lagos , condenado a 26 anos de prisão por se recusar a ser exilado pelo governo Ortega em território estadunidense.

“Em muitas partes do mundo, os governos continuam a perseguir as minorias religiosas, usando tortura ou os chamados campos de reeducação”, lamentou Blinken ao apresentar o relatório.

O secretário destacou por mais um ano o “ genocídio e crimes contra a humanidade ” sofridos pelos muçulmanos uigures em Xinjiang pelas autoridades chinesas.

Ele também fez alusão à perseguição à população iraniana em resposta aos protestos pela morte de Mahsa Amini , que morreu no ano passado após ser presa por usar mal o véu.

Ele também criticou a “repressão das minorias religiosas pelo regime militar birmanês”, que foi acusado por Washington de genocídio por ataques à comunidade muçulmana Rohingya .

Na mesma aparição, o Embaixador Geral para a Liberdade Religiosa do Departamento de Estado, Rashad Hussain, denunciou que a Rússia “continua atacando comunidades religiosas dentro e fora de suas fronteiras”.

Além disso, o relatório também se refere ao Afeganistão, onde as pessoas “devem esconder sua identidade religiosa ou fugir para salvar suas vidas”, explicou.

Hussain saudou as “medidas recentes tomadas” pela Arábia Saudita em relação à “tolerância religiosa”, mas enfatizou que a prática pública de qualquer fé que não seja o Islã “permanece ilegal” no país.

Da mesma forma, Blinken reivindicou os avanços ocorridos em 2022 e deu como exemplo o caso da Bélgica, que “reconheceu formalmente sua condição de minoria budista”, que habilita organizações religiosas budistas a ensinar sua fé em escolas públicas e, se houver. , para solicitar financiamento federal para isso.

Ele também elogiou o esforço do Brasil, cujos legisladores estabeleceram garantias de liberdade religiosa para comunidades indígenas e afro-brasileiras nos níveis municipal e estadual.

“Os Estados Unidos continuarão a trabalhar para defender e promover a liberdade religiosa aqui em casa”, acrescentou Blinken, reconhecendo que seu país também enfrenta desafios nessa área.

(Com informações da EFE)

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