O Brasil registrou em outubro 73,1 milhões de pessoas endividadas, segundo levantamento do Serasa. Esse número é o segundo maior de 2024, ficando atrás apenas de abril, e reflete o avanço da inadimplência no País.
O Brasil registrou a maior inadimplência em 2022 após o ponto alto da Pandemia de Covid-19, para a série histórica iniciada há oito anos. Em outubro de 2022, 40% dos brasileiros (quase 65 milhões) estavam com o nome negativado, conforme levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Porém em 2024 sem pandemia o Brasil sob a administração Lula conta com 73,1 milhões de pessoas endividadas. A
Especialistas atribuem o cenário à combinação de altos juros e inflação, estímulos ao consumo no fim do ano e a alta do dólar, criando desafios para quem tenta equilibrar as contas antes de 2025. “A inadimplência está crescendo, e será difícil iniciar 2025 sem dívidas, especialmente porque estamos no pior momento para contrair novos compromissos financeiros”, alerta Liliam Carrete, professora de administração e finanças da FEA-USP.
O levantamento aponta que brasileiros de 41 a 60 anos lideram a inadimplência, representando 35,1% do total. Em seguida estão pessoas entre 26 e 40 anos (34,0%), acima de 60 anos (19,2%) e, por fim, jovens de 18 a 25 anos (11,8%).
Liliam destaca que, com a taxa de juros alta devido a inflação, contrair dívidas agora é ainda mais oneroso. “Endividar-se significa comprometer a renda futura com juros altos. O ideal é reduzir o consumo e pagar o máximo possível das dívidas atuais para começar 2025 com menos peso financeiro”, explica.
Apesar disso, ela reconhece que o fim de ano traz desafios adicionais, como os apelos do consumo e a sensação de recompensa pelo esforço do ano. “É melhor sacrificar o consumo agora do que enfrentar os juros elevados ao longo de 2025”, aconselha.
Mesmo os empréstimos consignados, conhecidos por suas taxas mais baixas, não são recomendados no atual cenário de juros elevados. “O consignado tem taxas iniciais de 15%, mas os bancos costumam cobrar mais. Isso faz com que mesmo essa opção seja cara. A melhor estratégia é evitar novos endividamentos”, alerta Liliam.