Batata-doce em alta: evento reúne pesquisadores e produtores

2º Simpósio sobre a cultura teve início nesta quinta-feira (13) e foi marcado por palestras e dia de campo; iniciativa integra a 2ª Batatec

Nos últimos 10 anos o estado de São Paulo mais do que duplicou a área plantada e praticamente triplicou a produção de batata-doce, sendo que o grande responsável por isso é o oeste paulista. Essa região também é a principal produtora da cultura no Estado e a 2ª do Brasil, já que Rio Grande do Sul ocupa a primeira posição. Em consonância com esses dados, a Unoeste sediou nesta quinta-feira (13) a abertura do 2º Simpósio de Batata-doce. O evento também integra a programação da 2ª Feira Tecnológica da Batata-doce, também conhecida por Batatec.

De acordo com o professor Dr. Andre Ricardo Zeist, docente da graduação e pós em Agronomia da Unoeste e integrante da comissão organizadora do simpósio, a primeira edição foi realizada em 2017, no Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu (SP). “Essa iniciativa vem para fortalecer a cultura, para trazer novas tecnologias aos produtores e ao mesmo tempo aproximar os pesquisadores do campo”.

Acrescenta que a universidade está a frente da organização desse evento científico. “Contamos com a colaboração de professores e acadêmicos que integram a Agripec Junior e os grupos de pesquisas da instituição. É válido lembrar o apoio da Prefeitura Municipal, de outras instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas, além de empresas parceiras”.

A maioria das atividades do simpósio são realizadas no auditório Azaleia, campus II da universidade. No período da manhã desta quinta foi realizada a solenidade de abertura. Compuseram a mesa principal o prefeito Nelson Bugalho, a vereadora Alba Lucena, o presidente da Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente (Aprobarpp), Luiz da Silva Rocha, o coordenador dos cursos de graduação e pós em Agronomia, Carlos Sérgio Tiritan e o vice-coordenador executivo do Cerat, Pablo Forlan Vargas. Os pró-reitores de Ensino, Pesquisa, Pós e Extensão da Unoeste, José Eduardo Creste e Adilson Eduardo Guelfi também prestigiaram o evento.

O prefeito Nelson Bugalho pontua que é muito importante a parceria com a universidade e as demais instituições. “O apoio da Unoeste na promoção desse evento só vem agregar e tornar a Batatec ainda maior, envolvendo os aspectos técnico-cientifico, de negócios e de festa”.

Foto: Gabriela Oliveira

Pesquisadora Genoveva Rossel veio do Peru para falar sobre o banco de germoplasma do Centro Internacional de Batata

 

Após a cerimônia, Genoveva Rossel, pesquisadora do Centro Internacional de Batata, localizado em Lima, Peru, apresentou a palestra “Banco de Germoplasma e usos diversos da batata-doce”. Ela pontua que é a curadora desse banco que é considerado um dos maiores do mundo. “Durante a minha apresentação falei sobre a conservação dos materiais genéticos e as diferentes formas de manejo dessa coleção de germoplasmas. Além disso, abordei sobre os diversos usos da batata-doce”, diz.

Pela primeira vez em Presidente Prudente (SP), ela destaca que os programas de melhoramento genético são de grande relevância. “Falando especificamente da batata-doce, esses estudos podem contribuir para torna-la mais rica em vitaminas, nutrientes e compostos bioativos”.

Período da tarde – Após o almoço, os integrantes do simpósio participaram de um Dia de Campo sobre a Batata-doce, no centro agronômico da Unoeste, também localizado no campus II. “Serão apresentadas três estações ligadas sobre as plantas daninhas na cultura, as mudas livres de vírus e, também, em relação à demonstração de cultivares”, explica Zeist.

Nesta última estação, o professor da universidade também falou sobre o Programa de Melhoramento Genético de Batata-doce da instituição. “Demonstrei os objetivos do nosso programa e também relatei os cruzamentos que são realizados no momento e os blocos de cruzamento existentes”, comenta o docente. Explica que essa iniciativa visa desenvolver genótipos adaptados às condições edafoclimáticas do oeste paulista, com as altas temperaturas e os solos arenosos. “A intenção é oferecer genótipos que sejam produtivos e, ao mesmo tempo, possuam características que atendam públicos específicos, incrementando assim o consumo dessa raíz”.

Zeist avalia que esse trabalho é em longo prazo, onde os resultados podem começar a surgir entre 5 e 6 anos. “Além dos alunos e professores da Agronomia, também temos a participação de outras instituições como a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pretendemos ampliar essa rede de colaboração”.

Do outro lado – O 2º Simpósio de Batata-doce traz conhecimento e a troca de experiências entre produtores, pesquisadores e estudantes. É o caso dos alunos de agronomia William Pereira do Nascimento e Thayla Rocha Aguirre, que percorreram mais de 2 mil km para participarem do evento. Moradores de Ji-Paraná (RO), eles vão apresentar um trabalho científico nesta sexta-feira (14). “Desenvolvemos uma pesquisa sobre a batata-doce e aproveitamos esse evento para falar sobre o nosso estudo”, diz Nascimento. A acadêmica Thayla revela que é a primeira vez que vem à Unoeste. “Fiquei impressionada com o tamanho da universidade, pois lá no nosso Estado as instituições são bem menores. Esperamos que essa vivência seja enriquecedora”.

Flaive Loyze Baldassarini é egressa da graduação em Agronomia da Unoeste. Formada em 2007, atualmente ela cursa o doutorado da área na instituição. Ela comenta que é o primeiro ano que a sua família planta batata-doce. “Participar desse simpósio me trará informações que podem agregar ao nosso trabalho agrícola”. Ela conta que pretende seguir a carreira docente. “Eventos como esse possibilitam uma aquisição de conhecimento ímpar que pode ser utilizado na minha futura atuação”.

Clayton Cledstone Nascimento veio com os amigos de Jaíba (MG), que fica a mais de mil km de Prudente. Ele é fruticultor e também planta batata-doce. “Nos interessamos em participar desse simpósio por conta dos assuntos que ele traz, como o melhoramento genético e as mudas livres de vírus. Esperamos ter acesso ao que há de novo na área a fim de aumentar e melhorar a nossa produção”, conclui.

Organização – Além dos cursos de Agrárias e da Agripec Junior da Unoeste, integram a organização do 2º Simpósio de Batata-doce, a Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Aprobarpp); a Universidade Estadual Paulista, campus de Botucatu, Dracena e de Presidente Prudente; o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Agência Paulista da Tecnologia do Agronegócios (Apta) e a Prefeitura de Presidente Prudente.

Programação – O 2º Simpósio de Batata-doce acontece até sábado (15). Para ficar por dentro de todas as atividades, é só acessar a página do evento no site da Unoeste.

Batatec – A 2ª edição do evento será de sexta (14) até domingo (16), o IBC Centro de Eventos. Mais informações na página da feira no Facebook.

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